Dinheiro Público

Enquanto Santa Casa entra em colapso, Assembleia de MS vai gastar mais de R$ 100 milhões em novo plenário

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Enquanto a principal unidade de saúde de Mato Grosso do Sul, a Santa Casa de Campo Grande, enfrenta uma crise sem precedentes — com falta de remédios, médicos e ameaça de fechamento — a Assembleia Legislativa do Estado anunciou um gasto de mais de R$ 100 milhões na construção de um novo plenário e bloco administrativo para os parlamentares.

A informação foi publicada no Diário Oficial Eletrônico da Casa de Leis, sob o Processo Administrativo nº 021/2025. A empresa vencedora da licitação foi a Paulitec Construções LTDA, que lidera o consórcio responsável pela obra. O valor global do contrato impressiona: R$ 102.434.406,83.

A decisão de seguir com a obra milionária em meio à crise na saúde pública gerou forte reação da população. “É um absurdo. A gente vai na Santa Casa e falta tudo: médico, exame, até dipirona. E os deputados preocupados em reformar o próprio conforto?”, questiona a dona de casa Erminia Melo, moradora do bairro Santo Antônio, em Campo Grande.

O motorista de aplicativo Oswaldo da Silva, de 49 anos, vai além: “Esses R$ 100 milhões podiam salvar a Santa Casa. É questão de prioridade. A Assembleia deveria ter vergonha.”

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Prioridades invertidas

A Santa Casa de Campo Grande é referência em atendimentos de alta complexidade para todo o estado, mas há anos sofre com o subfinanciamento. Em 2025, a situação se agravou: salários de médicos estão atrasados, cirurgias foram canceladas, e pacientes aguardam por atendimento em macas nos corredores.

Enquanto isso, os deputados estaduais decidem investir em um novo prédio para o plenário e gabinetes de apoio. O projeto, segundo fontes da própria Assembleia, é visto como “necessário para a modernização da estrutura legislativa”. No entanto, para grande parte da população, soa como desconexão total com a realidade social de Mato Grosso do Sul.

Falta de transparência e escuta popular

Além da indignação com o valor da obra, chama atenção a ausência de um debate público prévio. “É dinheiro público. O mínimo que se espera é consulta à sociedade, audiências públicas. Mas decidiram tudo entre quatro paredes”, reclama o servidor público aposentado Carlos Ferreira, de 62 anos.

Crise na saúde exige resposta urgente

Enquanto o novo prédio da Assembleia ganha forma no papel, a Santa Casa agoniza. Entidades médicas, funcionários e pacientes cobram socorro do governo estadual e dos próprios parlamentares. A pergunta que ecoa nas ruas é simples e direta: onde estão as prioridades dos nossos representantes?

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