A prefeita Adriane Lopes (PP), que na semana passada veio a público, que havia rejeitado recursos do Governo Federal, até em obras para Educação já liberadas pelo presidente Lula, nesta terça-feira (12), tem “revelado”, que sem transporte escolar, 300 alunos ficam sem aula na zona rural de Campo Grande. A falta de gestão, planejamento e resolução de ações básica tem sido a tona nos últimos anos de gestão na prefeitura da Capital.
Os mais de 300 estudantes das áreas fora do perímetro urbano, em distritos da Capital, estão sem aulas desde o retorno oficial do calendário escolar, em 4 de agosto, devido à ausência de transporte escolar. A situação foi mostrada incialmente em reportagem, do jornalista Osvaldo Nóbrega, na TV Morena, e ratificada pelo Pauta Diária, em contato com alguns afetados.
A Semed (Secretaria Municipal de Educação) afirma que o calendário letivo será mantido sem prejuízo de carga horária, mas não detalhou como pretende repor os dias parados. A promessa de que “ninguém será prejudicado”, mesmo com problemas acontecendo, em área básica, esbarra em críticas recorrentes de especialistas, de que isto direta ou indiretamente afeta a condição educacional.
A Escola Municipal Leogevildo de Melo, que funciona em tempo integral com ensino fundamental, na região da BR-262, saída para Três Lagoas, segue praticamente vazia há mais de uma semana: apenas professores e funcionários comparecem à unidade. “O motivo é a suspensão de uma das seis linhas que atendem o colégio, operada por uma empresa cujo contrato foi encerrado. A Prefeitura ainda não concluiu e nem tem previsão da contratação de uma nova prestadora”, aponta pai de aluno.
Mobilização
Conforme a Semed, o processo licitatório segue em andamento. Enquanto isso, estudantes que vivem em chácaras, fazendas e assentamentos permanecem sem acesso às aulas presenciais.
A situação mobilizou pais e responsáveis, que se reuniram ontem (11) com o secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, para cobrar uma solução imediata. “A rotina e o aprendizado estão sendo prejudicados. Nossos filhos já perderam dias importantes de conteúdo”, relatou um morador durante o encontro.
Além da crise imediata no transporte, a comunidade também cobra a conclusão de uma nova unidade escolar na região. A obra, iniciada há dois anos em um terreno de seis hectares, está paralisada desde a construção do muro e da base.
O projeto, orçado em cerca de R$ 800 mil — recursos doados pelo Ministério Público do Trabalho e repassados à gestão municipal —, não teve avanços.
Problemas básicos
Com duas frentes de problemas — a ausência de transporte e a falta de estrutura física adequada —, a Escola Leogevildo de Melo se torna exemplo concreto das dificuldades da educação rural no Brasil. Porém, se a gestão da prefeita Adriane Lopes, fizesse o básico, não teria deixado findar o contrato, para então iniciar outra licitação para nova contratação.
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que estudantes de áreas rurais têm desempenho até 25% inferior em português e matemática em relação aos urbanos, diferença agravada por interrupções no calendário escolar.
Enquanto a prefeitura se apoia na burocracia da licitação para justificar o atraso, famílias rurais se organizam em comissões para pressionar o Executivo municipal.
O caso, é mais que um problema de gestão local. Bem como acontece na área da Saúde, que conta com recursos, mas mesmo assim se falta medicamentos básicos, como Dipirona, e ou materiais de atendimento nos postos, como curativos. E ainda, a atual gestão, no exercício do ano passado, já deixou se perder recursos pelo Ministério da Saúde.


















