O aniversário é deles, mas o presente é para fãs e apreciadores da cultura em lazer de shows musicais. Assim, a banda de Rock de Campo Grande, Dimitri Pellz, que completa 20 anos ‘na estrada’ de Mato Grosso do Sul e outras cidades pelo Brasil, irá as comemorações, com muita música em três eventos nas maiores cidades do Estado. Entre duas décadas de suor, guitarras, ruídos e epifanias elétricas, a bagagem do grupo fará do aniversário em 2025, uma nova Tour FEROZ, com três shows gratuitos em Corumbá, Dourados e Campo Grande.
A Dimitri Pellz, em divulgação mostra que com uma sonoridade que desafia o tempo e o senso comum, volta a circular no Estado em um rito de celebração e desobediência. O show promete ser um encontro entre passado e futuro, entre o ruído e o abraço, entre a faísca e o grito. “Será um giro de reencontros, memórias e novas desordens sonoras, promovendo o intercâmbio entre gerações de artistas e públicos”, comenta Maíra Espíndola, vocalista da banda.
Em 2005 nascia Dimitri Pellz, banda cuja história pitoresca pincela cores revolucionárias e ecos de um Rock and Roll que nunca sossegou. De lá pra cá, o grupo percorreu festivais como Casarão (Porto Velho) e Bananada (Goiânia), produziu coletivamente seus próprios eventos e incentivou novas bandas com o lendário coletivo Bigorna. Tudo isso entre performances viscerais, capazes de mover partículas, corações e placas tectônicas.
O Heitor Teixeira, baixista fundado da banda, ressalta que a ‘FEROZ’, será também um retorno afetivo às cidades que moldaram essa história. “Fora Campo Grande, nosso lar de amor incondicional e ódio esporádico, Dourados e Corumbá sempre nos receberam de braços abertos. Corumbá é uma cidade de magia cultural — tocar lá é quase um ritual. E Dourados, com seus festivais, sempre nos conectou a outras bandas, a outras linguagens. É simbólico demais retornar agora com essa energia renovada”, avalia Heitor.
Reorbitar a desordem do caos
Os membros da banda lembram que, mesmo durante um hiato, parada, o público manteve viva a energia dessa entidade sonora. Quando em 2024 o grupo relançou o álbum Trepanador nas plataformas digitais e voltou aos palcos “pra reorbitar a desordem do caos”, ficou evidente que Dimitri Pellz nunca foi apenas uma banda — é uma força telúrica, um grito que ficou guardado na garganta por tempo demais.
“Voltar a integrar essa gravidade onde nós e o público nos relacionamos em camadas do sensível… onde tudo pode acontecer, se ordenar e desordenar. A ideia de reorbitar o caos é contrastar ordem e desordem, centro e dispersão — elocubrações de quem ainda acredita na potência do abalo”, aponta Maíra Espíndola,
Nada permanece igual …
… E é justamente nisso que está a beleza. “A gente redescobrindo a banda de novo é bonito demais”, continua Maíra. “As fibras desse rebelde Dimitri voltando, a gente se colocando de novo em modo de ativação. Estamos resgatando músicas perdidas no passado e a interação com nossos glorioses convidades promete bagunça, caos e revolução”.
E sim, haverá bagunça. A FEROZ traz para o palco nomes que fazem parte dessa história: Dani Vallejo, intérprete e performer Sul-mato-grossense que hoje brilha pelo Brasil. E também, Bosco Batera, uma lenda viva do rock regional. Bem como, a Fran Cavalheri, artista da dança contemporânea, de mente inventiva e coração imenso.
A festa também reúne os velhos parceiros: Letz Spíndola na coordenação geral, Adriel Santos no som e Pedro Laurentino registrando cada faísca com seu olhar de precisão e ruído.
“Lá atrás, eu e outros quatro grandes amigos apaixonados por música, cinema e literatura ousamos pensar que podíamos fazer parte de tudo aquilo que amávamos. O resultado foi esse legado de 20 anos — uma marca de sonoridade, rebeldia e ferocidade deixada em um pedacinho da história da música de Campo Grande”, lembra Heitor Teixeira, baixista fundado da banda.
Pulsante
O baixo de Heitor segue como pulsação da fera. “Nunca fui estudioso de música”, confessa. “Aprendi tudo ensaiando com o Dimitri. Criar com eles sempre foi fácil: um puxa o caminho e os outros entram na dança. Quando vejo, nasceu uma música nova. O som é corpo coletivo. E é isso que ainda move a gente — esse instinto de manada, essa pulsão animal”.
Serviço
O projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, através do Ministério da Cultura (MinC), e operacionalizado pelo Governo de MS, por meio da Fundação de Cultura de MS.
São integrantes do Dimitri Pellz: Maíra Espíndola, vocalista; André Samambaia, tecladista; Heitor Teixeira, baixista; Jean Albernaz, baterista; Michelle Meza, guitarrista.