O Dia de Finados deste ano, que reuniu cerca de 600 mil visitantes nos cemitérios do Distrito Federal, terminou com uma série de denúncias e reclamações no Campo da Esperança da Asa Sul, o maior e mais tradicional cemitério da capital. Diversas famílias relataram dificuldade para encontrar túmulos de parentes, que teriam sido parcialmente ou totalmente cobertos por terra em áreas onde obras de nivelamento estão em andamento.
Túmulos “soterrados” e desespero de visitantes
De acordo com relatos colhidos no local, alguns visitantes precisaram cavar com as próprias mãos para localizar sepulturas. A agente de turismo Lílian França Rodrigues afirmou não ter conseguido encontrar o túmulo da irmã e relatou que só reconheceu o do irmão porque estava “metade descoberto”.
“Foi desesperador. A gente veio prestar homenagem e encontrou tudo coberto de terra. Tive que tirar com a mão para ler o nome”, contou Lílian.
Em várias quadras, tampas e placas de identificação desapareceram sob a terra. Também foram observados túmulos quebrados e restos de estruturas metálicas, o que causou indignação entre os visitantes. Jardineiros ouvidos pela reportagem afirmaram que a terra foi colocada recentemente, em áreas antigas do cemitério.
Polícia orienta famílias a registrar ocorrência
A Polícia Civil do DF informou que familiares que encontrarem irregularidades em jazigos devem procurar a delegacia mais próxima para registrar ocorrência. O caso deve ser apurado, já que envolve possíveis danos materiais e desrespeito a locais de sepultamento.
Concessionária nega irregularidades
Procurada pela reportagem, a Campo da Esperança Serviços Ltda., concessionária responsável pela administração dos cemitérios, afirmou em nota que o acréscimo de terra é um procedimento “técnico e previsto nas atribuições da empresa”, utilizado para reforçar e nivelar o solo em áreas de covas rasas e antigas.
A empresa negou que haja soterramento de túmulos e garantiu que todas as sepulturas estão devidamente mapeadas. A concessionária também declarou que o serviço ainda está em fase de finalização em algumas quadras e que o trabalho é feito com planejamento para “garantir a segurança e a uniformidade do terreno”.
Problemas também em Taguatinga
No Cemitério de Taguatinga, visitantes denunciaram falta de iluminação durante o feriado. “As lâmpadas estão todas queimadas. A gente teve que usar lanterna de celular para sair”, relatou uma frequentadora. A queixa deve ser encaminhada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), que acompanha a operação dos cemitérios.



















