O Halloween de bruxas, feiticeiros, fantasmas, monstros e etc, saiu da ficção para desembarcar na prefeitura de Campo Grande, que anunciou o ‘terror’ nesta sexta-feira (31), mostrando a realidade de crise, que foi instalada na atual gestão municipal da prefeita Adriane Lopes (PP). O que não é de dias atuais, mas já considerada uma crise sem precedentes, talvez até sem solução a curto ou médio prazo, a prefeita anunciou novas medidas para uma chamada ‘reforma administrativa’.
Adriane decidiu entre os ajustes, fazer uma redução da jornada dos servidores, cortar recursos dos servidores do primeiro escalão, bem como em corte no próprio salário. “A Prefeitura de Campo Grande passa a adotar, a partir de 1º de novembro, e pelo prazo de 120 dias, jornada de trabalho de 6 horas diárias em todas as suas repartições, exceto escolas, unidades de saúde e demais setores de serviços essenciais”, aponta uma nota da prefeita.
Segundo Adriane, as medidas visam reequilíbrio financeiro e a recuperação da capacidade de investimento do município. Ela anunciou corte de 20% no próprio subsídio e de todo o primeiro escalão, que até foram os únicos que tiveram reajuste de até 63% em abril deste ano.
O anunciou apontou que Adriane em reunião com o secretariado, também determinou que cada secretaria também recebeu a incumbência de apresentar, nos próximos dias, plano de redução de 20% nos custos com folha de pagamentos.
“Por determinação da prefeita, a princípio não será feito ajuste linear, ou seja, que impacte todos os servidores, levando-se em conta as necessidades específicas das diferentes pastas. A chefe do Executivo ressalta que as medidas austeras são fundamentais para a maior eficiência da máquina pública em benefício de toda a população, bem como por força de limites legais, para preservar empregos, manter salários em dia, assegurar a prestação dos serviços públicos e viabilizar investimentos nas áreas prioritárias, diz a nota.
Pacote do pacote
Hoje, Adriane, anuncia um ‘novo pacote’ que perfaz um pacote do pacote, que ocorre apesar de já haver um decreto da prefeita, determinando contenção de 25% dos gastos, que estaria em vigor desde março deste ano. Na ocasião, Adriane manteve o funcionalismo sem a reposição da inflação pelo 3º ano consecutivo e ainda suspendeu o pagamento de adicionais, gratificações.
Nesta sexta-feira, em nova ação, a chefe do Executivo anunciou as novas medidas, como a redução da jornada de trabalho dos servidores de oito para seis horas diárias. A medida só não atinge escolas, unidades de saúde e serviços essenciais. O novo horário vai valer por quatro meses.
“A medida integra mais uma etapa da reforma administrativa, em curso desde janeiro deste ano, visando o reequilíbrio financeiro e a recuperação da capacidade de investimento do município”, diz em nota oficial.
Dando ‘tempo’ em salários de privilegiados
Adriane anunciou ainda redução de 20% no próprio salário. Em abril deste ano, apesar de congelar o salário dos demais servidores, ela elevou o próprio salário em 26,7%, de R$ 21.263,62 para R$ 26.943,05, conforme o Portal da Transparência. Com a redução, ela deverá receber R$ 21.554 nos próximos quatro meses.
A vice-prefeita Camilla Nascimento Oliveira (Avante) teve reajuste de 48,2% em abril, quando o subsídio saltou de R$ 15.947,03 para R$ 22.334.53. O corte fará com que a secretária de Assistência Social tenha o vencimento reduzido para R$ 17.867,20 – o valor será 12% superior o pago no início do ano.
Os secretários municipais tiveram reajuste de 63,76% no final do primeiro quadrimestre, quando o subsídio foi de R$ 11.619,70, para R$ 19.028,90. Com o corte anunciado hoje, o primeiro escalão vai receber R$ 15.222 nos próximos 120 dias, o que significa que terão reajuste de 31%.
“Além disso, cada secretaria municipal recebeu a incumbência de apresentar, nos próximos dias, plano de redução de 20% nos custos com folha de pagamentos”, informou a chefe do Poder Executivo.
População sofre com crise
A população da Capital sente os efeitos da crise, como os muitos buracos nas ruas, a falta de remédios nos postos, a paralisação no transporte coletivo, a suspensão parcial dos serviços na Santa Casa de Campo Grande, dividas crescendo, entre outros.
Contudo, em todas as ocasiões, ao ser procurada, a prefeita nega a crise. Mas, a Secretaria Municipal de Saúde está sem secretário e sob o comando de um comitê.
Os problemas se agravam um ano após a reeleição de Adriane Lopes, que tinha garantido, na ocasião, estar colocando a casa em ordem.

















