O previsível se ratificou nas hostes do atual PL-MS (Partido Liberal) de Mato Grosso do Sul, com a imposta liderança e filiação, a menos de um mês, do ex-governador Reinaldo Azambuja. Os liberais bolsonaristas raízes, que não aceitavam na sigla ou ainda mais, a entrada no PL como líder do ex-tucano, então fundador do PSDB em MS, podem eles terem que sair do partido, como já ficaram fora da nova composição do diretório estadual da agremiação em MS, anunciada nesta terça-feira (14), em Campo Grande.
O imbróglio noticiado pelo Pauta Diária algumas vezes, veja abaixo links de matérias, agora já resultou que contrários à filiação de Reinaldo, mesmo então ‘estrelas’ do partido, os deputados João Henrique Catan (estadual) e Marcos Pollon (federal), ficaram fora do comando regional em MS. Os dois que já não foram ao ato de filiação do ‘novo chefe’ em 21 de setembro, até com presença do presidente Nacional, Valdemar da Costa Neto, e outras lideranças do Brasil e no Estado, ainda teriam sido convidados, mas não quiseram participar.
Assim, os 23 dias que se passaram com o novo presidente estadual do PL-MS, Reinaldo Azambuja, não foram suficientes para haver alguma composição e entendimento. Com isto, Reinaldo definiu os integrantes do diretório estadual, e todos, como os deputados que manifestaram publicamente a insatisfação com a filiação dele ao partido, ficaram fora.
Portanto, apesar dos importantes cargos que ocupam e então ‘estrelas’ do PL, o deputado federal Marcos Pollon, e, o deputado estadual João Henrique Catan, não farão parte do novo diretório formado no PL, válido até fevereiro do próximo ano. A reportagem apurou que eles foram convidados, mas não quiseram participar.
Nova composição com Ex-presidentes coadjuvantes
Reinaldo Azambuja assume a presidência e terá o ex-presidente, Tenente Portela, como primeiro vice-presidente. O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), que já foi presidente, assume a função de segundo vice-presidente.
O deputado estadual Coronel David (PL) é o novo secretário-geral, E prefeitos antigos ou entre os 19 recém trazidos por Reinaldo, farão parte do comando, como o prefeito de Naviraí, Rodrigo Sacuno, que será o tesoureiro, que vai cuidar dos recursos partidários. O presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul, Thalles Tomazelli, recém-filiado, será secretário.
Na diretoria ainda constam nomes do deputado estadual Neno Razuk, da vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira, e vereadores Rafael Tavares e André Salineiro.
Pollon e Catan são os únicos representantes do partido com mandato que estarão fora do diretório. Reinaldo ainda chegou a conversar com os dois para tentar uma aproximação, mas o encontro não trouxe resultados, como a dupla nem comparecendo à filiação dele.
Enfrentamento à vista
Catan publicou um vídeo dizendo que água e vinho não se misturam e Pollon anunciou, no dia seguinte, a pré-candidatura ao Governo do Estado, mesmo sabendo que Reinaldo colocou como condição para filiação o apoio ao atual governador de MS, Eduardo Riedel, então afilhado e comandado do ex-governador.
Riedel que também era para ir ao PL-MS, optou por ir e se filiar ao PP (Partido Progressista) e assim ficar diretamente com outra madrinha e também com grande poderio estadual e até Nacional, a senadora Tereza Cristina.
Desde o primeiro anuncio até a oficialização do ex-governador como novo presidente do PL em Mato Grosso do Sul, Pollon e Catan não têm poupado críticas à chegada do ex-tucano à legenda do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro.
Ambos já usaram as redes sociais e até atos políticos públicos para literalmente “detonar” a chegada de Azambuja ao partido, sugerindo que “as lideranças” do PL teriam “vendido” a sigla para o ex-governador, sem, no entanto, citar o nome de Bolsonaro como o principal responsável pela negociação que tirou o político do PSDB após quase 30 anos de filiação no ninho tucano.
Sem culpar Bolsonaro, que fez tratativas
Os deputados até não envolveram o nome do ex-presidente na articulação política e dessa forma escapariam da ira dos bolsonaristas Sul-mato-grossenses. A dupla de parlamentares da direita procura “culpar” o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, pela filiação do ex-governador ao partido.
O dirigente até não ligou para isto e foi claro, sobre a vinda de Azambuja e a vida futura dos parlamentares de MS.
“O Azambuja é um fenômeno. Quem é o dono dos votos aqui é o Azambuja. Ele tem a maior parte dos prefeitos e é muito querido”, declarou Valdemar Costa Neto, mandando um recado direto aos descontentes para que aceitem ou mudem de partido.
Sobre Pollon, mais conhecido do presidente nacional do PL, ele declarou: “espero que o Pollom acerte isso aí [desavença com Azambuja] e deixe essas bobagens do lado, porque nós queremos caminhar juntos, sossegados, não queremos ter problemas”.
Valdemar Costa Neto ainda reforçou que o ex-governador é quem “tem autonomia para tudo aqui em Mato Grosso do Sul” e também comentou sobre as declarações de Pollon dizendo que deseja ser candidato a governador.
“O Riedel é um dos governadores mais bem avaliados do Brasil, então, é melhor não disputar agora contra ele. O Pollon tem de esperar outra época”, aconselhou o presidente nacional do PL.
Saída iminente ¿
Assim, diante da intransigência da dupla de parlamentares, a saída defendida para o comando do PL em Mato Grosso do Sul é que os dois deixem a legenda, na janela de março do próximo ano, ou aceitem a liderança de Azambuja, suspendendo os ataques nas redes sociais e também os atos políticos da Extrema-Direita.
Contudo, a dupla tem apoio de um dos Bolsonaros, o Eduardo, que declara apoio aos deputados João Henrique e a Marcos Pollon.
O ainda deputado federal Eduardo Bolsonaro, auto exilado nos Estados Unidos para trabalhar contra o Brasil, tem dita amizade e deferência por Pollon, até por sua atuação em defesa do Pai Jair, e por ser forte defensor das armas e armamento no País.