Fortes chuvas provocam cratera e deixam 16 moradores sob risco de soterramento; área ainda passa por análise de regularização fundiária
Um deslizamento de terra causado pelas fortes chuvas que atingiram o Distrito Federal na tarde de segunda-feira (3) interditou três residências no bairro de Arniqueira e deixou quatro famílias desalojadas. Ao todo, 16 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas após a Defesa Civil identificar risco de soterramento em caso de novos deslizamentos.
Segundo a Administração Regional de Arniqueira, o deslizamento abriu uma grande cratera nas proximidades das residências atingidas. Embora o principal perigo esteja relacionado ao terreno instável, uma das avaliações preliminares indica que algumas estruturas também podem ter sido comprometidas após o solo ceder. A lama chegou a avanças sobre parte das casas.
“Aqui estão nossos sonhos”
As famílias afetadas foram orientadas pela Defesa Civil a se abrigarem em locais seguros. O Governo do Distrito Federal (GDF) disponibilizou casas de apoio, mas, inicialmente, os moradores optaram por se hospedar em residências de parentes.
Nesta terça-feira (4), parte dos desalojados retornou ao local apenas para retirar pertences pessoais. O clima era de apreensão e tristeza. “Aqui estão os nossos sonhos, nosso tempo de serviço, trabalho. Construímos e agora temos que sair”, lamentou uma moradora que preferiu não se identificar. Outro morador afirmou que terá de guardar seus móveis na casa do irmão: “A gente vai ter que sair, não tem jeito. Mas é minha casa”.
Moradores afirmam que vivem há anos na região e que esta foi a primeira vez que um deslizamento de terra ocorreu no local.
Área ainda irregular
A região afetada é classificada como Área de Regularização de Interesse Específico (Arine) e ainda está em processo de análise para possível regularização fundiária. Equipes da Administração Regional, da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e de outros órgãos do GDF estão no local oferecendo suporte às famílias e avaliando as condições do terreno.
A administradora regional, Telma Rufino, acompanhou pessoalmente o atendimento. Além da assistência emergencial, vistorias estão sendo realizadas em outros pontos de Arniqueira já mapeados como suscetíveis a deslizamentos, reforçando o monitoramento após o incidente.
Risco permanece
De acordo com técnicos da Defesa Civil, a principal preocupação é o solo encharcado, que permanece instável após as chuvas. “Mesmo que as casas ainda pareçam firmes, o risco está no chão, que pode ceder a qualquer momento”, explicou um agente.
A analogia é simples: como uma casa erguida sobre areia movediça, o perigo não está nas paredes, mas na base que as sustenta.
Em caso de emergência, a população deve acionar o Corpo de Bombeiros (193) ou a Defesa Civil (199). Solicitações de apoio também podem ser feitas pelo telefone 162.
