A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), acaba de alcançar um feito histórico — mas nada louvável. De acordo com a mais recente pesquisa do Instituto Ranking Brasil Inteligência, a gestão da progressista é desaprovada por 80% da população. Um número alarmante que escancara o colapso de credibilidade da administração municipal e a crescente insatisfação popular.
Mesmo com o apoio da maioria dos vereadores, do governador Eduardo Riedel (PP) e de figuras de peso como a senadora Tereza Cristina (PP), Adriane Lopes amarga a pior avaliação de um gestor da Capital em anos. 60% dos campo-grandenses avaliam sua gestão como “ruim” ou “péssima”, enquanto apenas 12% a consideram “boa” ou “ótima”. Os números superam até mesmo os piores momentos de gestões anteriores marcadas por escândalos.
Crise na saúde, buracos e aumento de salário
Os motivos para tamanha rejeição são muitos e contundentes. A população denuncia o caos instalado na saúde pública, com falta de medicamentos nos postos, demoras no atendimento e ausência de soluções efetivas. Como se não bastasse, os buracos voltaram a tomar conta da cidade, em plena estiagem, agravando a mobilidade e a segurança viária.
No campo político, a insatisfação cresce também por decisões consideradas desconectadas da realidade da população. A prefeita aprovou um aumento de 66% em seu próprio salário, enquanto servidores amargam três anos sem reposição da inflação. Para muitos, trata-se de um ato de insensibilidade diante das dificuldades enfrentadas por grande parte da população.
Reprovação em alta, aprovação em queda livre
Os índices negativos têm se agravado a cada novo levantamento. Em setembro de 2022, apenas 32% avaliavam a gestão como ruim ou péssima. Agora, esse número dobrou. Já a aprovação, que era de 30% em julho deste ano, caiu para apenas 15% em outubro. Um encolhimento vertiginoso em menos de três meses.
A pesquisa revela ainda que 24% consideram a gestão “regular”, o que também indica ausência de entusiasmo ou confiança na atual administração. A insatisfação não é mais localizada, mas espalhada por todas as regiões da cidade, conforme apontou o levantamento, que ouviu mil eleitores entre os dias 10 e 14 de outubro.
Futuro político ameaçado
Mesmo tendo escapado recentemente de uma cassação no Tribunal Regional Eleitoral por compra de votos — por 5 votos a 2 —, Adriane Lopes sai do processo com a imagem ainda mais desgastada. Os próprios magistrados reconheceram a existência do esquema de compra de votos, mas concluíram que não havia provas diretas contra a prefeita.
Com a reeleição cada vez mais distante, o desgaste da imagem de Adriane ameaça também os aliados políticos que podem sofrer os efeitos dessa rejeição em 2026, especialmente se continuarem atrelados à atual gestão.
Campo Grande cobra liderança à altura do desafio
A escalada de rejeição deve servir como um alerta contundente para quem ocupa cargos públicos. A população de Campo Grande está cansada de promessas vazias, políticas personalistas e ausência de resultados concretos. A cidade exige uma liderança que enfrente os problemas reais com seriedade, competência e respeito à população.
Por ora, Adriane Lopes entra para a história — mas pelos motivos errados.