ponta do iceberg

Obra de pavimentação de R$ 17 mi rendeu propina de R$ 510 mil a Claudinho, suspeita MPE

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O Ministério Público Estadual suspeita que o ex-vereador Claudinho Serra (PSDB) recebeu propina de R$ 510 mil, o equivalente a 3% do contrato de R$ 17 milhões para obra de pavimentação em Sidrolândia. O pagamento foi feito pela GC Obras de Pavimentação, única empresa que não teve o contrato rescindido pela então prefeita Vanda Camilo (PP), de Sidrolândia, após a deflagração da Operação Tromper 3.

As promotoras de Justiça Bianka Machado Arruda Mendes e Daniele Borghetti Zampieri de Oliveira apontam conversas entre os empresários Cleiton Nonato Corrêa e Edmilson Rosa, sócios da construtora, e anotação apreendida na GC Obras.

Na conversa por meio de aplicativo, Corrêa pergunta para o sócio qual seria o percentual de retorno sobre o contrato de R$ 17 milhões. “Quanto foi acordado? Foi 5, foi 8, foi 10, eu não marquei”, questiona. Depois, ele se lembra e emenda: “quando receber lá é 3%”. Rosa concorda: “isso”.

“A combinação de retorno de valores (3% dos 17 milhões) e manutenção do contrato com a GC, indica a perpetuação do esquema ilícito”, frisaram as promotoras, sobre a permanência do suposto esquema criminoso após a deflagração de três fases da Tromper.

“Ora, a investigação demonstra a existência do esquema de retorno de valores envolvendo um percentual de 3% do contrato firmado com a empresa GC no valor de R$ 17.000.000,00 milhões”, destacaram.

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Papel com anotação apreendido na sede de empreiteira aponta meio milhão para ex-vereador (Foto: Reprodução)

“Atentando-se para os vestígios não eletrônicos apreendidos na sede da empresa GC Obras, especialmente uma agenda 2023, cujo código de rastreamento é o 00001514, contendo anotação no dia 01 de fevereiro, com menção ao nome Claudinho e o valor de R$ 500.000,00”, apontaram.

Na anotação, consta o nome do ex-secretário de Fazenda de Sidrolândia e o valor de R$ 500 mil. O outro nome é do Thiago Alves, outro alvo da investigação, com o valor de R$ 323,3 mil.

“Verifica-se, ademais, que o percentual de 3%, definido como valor da propina, incidente sobre o montante total da obra, estimado em R$ 17 milhões, corresponderia a R$ 510 mil. Observa-se, portanto, que o valor de R$ 500 mil, registrado na agenda apreendida, guarda estreita proximidade com o resultado deste cálculo, indicando que este montante representa o valor repassado pelos empresários a Cláudio Serra Filho”, frisaram Bianka Mendes e Daniele de Oliveira.

Saque em grandes quantias

Outro ponto levantamento foi a realização de saques em espécie e altos valores pelo empreiteiro após a Operação Tromper 3, deflagrada em 3 de abril do ano passado. Cleiotn Nonato Corrêa realizou saques de R$ 50 mil, R$ 100 mil a R$ 250 mil. Conforme o COAF, o xerife do sistema financeiro, ele sacou R$ 2,030 milhões do Banco do Brasil e do Bradesco entre maio e dezembro do ano passado.

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“Os saques de grandes quantias realizados por Cleiton coincidem com a manutenção do contrato da empresa GC, mesmo após evidências de corrupção, demonstrando que foram utilizados para continuar o pagamento de vantagens indevidas aos agentes públicos envolvidos”, apontou o MPE.

Claudinho foi preso na 4ª fase da Operação Tromper, deflagrada no dia 5 deste mês. A prisão foi decretada pelo juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia. Na última quarta-feira (10), o desembargador José Ale Ahmad Neto, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, negou habeas corpus ao ex-vereador.

O ex-vereador era monitorado por tornozeleira e manteve o esquema criminoso, segundo a denúncia do MPE. Ele chegou a ser preso em abril do ano passado, mas foi solto 20 dias depois por José Ahmad Neto.

O JACARÉ

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