A Operação “Ad Blocker”, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), segue desvendando um complexo esquema de fraude em licitação e execução de contrato na Câmara Municipal de Aquidauana, cidade localizada a 140 km de Campo Grande, MS. A operação, que envolveu ações nas cidades de Aquidauana e Campo Grande, já resultou na investigação de políticos, servidores públicos e empresários, mas, segundo as autoridades, pode ter novos desdobramentos nas próximas semanas.
O foco da investigação é um contrato milionário firmado em 2021 entre a Câmara de Aquidauana e a empresa Novo Engenho Comunicação Integrada Ltda., no valor inicial de R$ 500 mil, que acabou atingindo a cifra de R$ 1,6 milhão após três aditivos, incluindo dois termos adicionais que somaram R$ 500 mil. O contrato, assinado durante a gestão do então presidente da Câmara, Wezer Lucarelli (PSDB), foi prorrogado até 2025, mas levanta sérias suspeitas de irregularidades e fraudes, especialmente na execução dos serviços contratados.
Auditoria do TCE-MS
De acordo com uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), irregularidades no contrato já haviam sido apontadas anteriormente. A análise dos pagamentos feitos ao longo dos últimos três anos indicou que os serviços supostamente prestados pela empresa contratada não corresponderiam à realidade, sugerindo um possível esquema para beneficiar interesses pessoais de agentes públicos.
Além disso, a auditoria também identificou que o valor do contrato triplicou em relação ao inicialmente previsto, um fato que chamou a atenção dos investigadores, que agora apuram as circunstâncias que levaram a esse aumento e as condições da licitação que possibilitou o contrato com a empresa.
Prisões de Vereadores Reeleitos
A Operação “Ad Blocker” já gerou um pedido de prisão contra os vereadores reeleitos e ex-presidentes da Câmara Municipal de Aquidauana, Wezer Lucarelli e Nilson Pontim, ambos do PSDB. Lucarelli presidiu a Câmara nos anos de 2021 e 2022, enquanto Pontim assumiu a presidência para o biênio de 2023 e 2024. Ambos são suspeitos de envolvimento nas irregularidades que cercam a licitação e o contrato suspeito.
O Gaeco não divulgou maiores detalhes sobre o andamento da operação, mas afirmou que as investigações seguem em segredo de justiça. Isso deixa no ar a possibilidade de que novos envolvidos possam ser identificados à medida que as apurações avançam.
O Que Diz o Gaeco?
Em nota oficial, o Gaeco informou que as investigações estão focadas na apuração de fraudes tanto na licitação quanto na execução do contrato firmado entre a Câmara Municipal de Aquidauana e a empresa de publicidade. Segundo o Grupo, a ação tem como objetivo desmantelar uma rede de corrupção que envolveu a utilização indevida de recursos públicos, além de uma série de irregularidades administrativas que prejudicaram o erário.
As investigações, que ainda tramitam em segredo de justiça, levantam suspeitas sobre o uso do contrato para interesses particulares de agentes públicos. A operação tem se concentrado em identificar os responsáveis pelos possíveis desvios de recursos e também em investigar se há outros contratos com características semelhantes em outras áreas da administração pública municipal.
Possíveis Desdobramentos
Embora a Operação “Ad Blocker” já tenha revelado um esquema de fraude envolvendo licitações e contratos públicos em Aquidauana, o Gaeco acredita que novos desdobramentos poderão ocorrer nas próximas semanas. A investigação está em andamento e pode resultar em mais prisões, além de novas denúncias contra agentes públicos e empresários envolvidos.
Especialistas apontam que a operação pode ter repercussões em outras esferas da política estadual, caso seja confirmada a existência de um esquema maior de corrupção envolvendo outras prefeituras ou câmaras municipais do estado. Por ora, o Gaeco segue cauteloso, trabalhando em segredo de justiça para garantir a integridade das investigações.
Com o avanço da apuração, a expectativa é que mais detalhes sobre o caso venham à tona nos próximos dias, o que poderá trazer novas revelações sobre o uso irregular de recursos públicos e a participação de outros envolvidos no esquema.



















