A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), anunciou nesta segunda-feira (13) um investimento de mais de R$ 100 milhões para a educação infantil do município. O valor, oriundo do governo federal, será destinado a projetos como ampliação de vagas e obras em unidades escolares. No entanto, chamou atenção o fato de a gestora não ter mencionado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), responsável pela liberação dos recursos por meio do Ministério da Educação (MEC).
O anúncio aconteceu dias após o ministro da Educação, Camilo Santana, visitar a Capital nos dias 30 de setembro e 1º de outubro — ocasião em que a prefeita não recebeu o ministro, gerando constrangimento entre lideranças locais e federais.
Apesar da ausência no evento do MEC, Adriane esteve em Brasília, onde se reuniu com representantes da pasta e da Coordenadoria-Geral de Educação Infantil. O repasse será viabilizado via Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e, segundo a Prefeitura, o valor será efetivado à medida que cerca de 2 mil novos alunos das Emeis Jardim Inápolis e São Conrado forem incluídos no Censo Escolar.
O episódio levanta questionamentos sobre a politização da gestão municipal frente ao apoio federal. Mesmo recebendo recursos significativos da União, a prefeita optou por não reconhecer publicamente o papel do governo Lula na liberação do montante.
A omissão ocorre em um contexto político delicado, onde prefeitos de partidos do centrão, como o PP, muitas vezes evitam vincular suas gestões a figuras do governo federal, mesmo quando beneficiadas por suas políticas. Analistas apontam que a postura pode ter reflexos tanto na relação institucional quanto na percepção do eleitorado, especialmente em ano pré-eleitoral.