efeito dominó

Após troca na saúde, prefeita agora avalia exoneração de secretários após denúncias de nepotismo cruzado, descaso com políticas públicas e falhas graves de gestão

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A Prefeitura de Campo Grande vive um momento de forte instabilidade política. Fontes próximas ao gabinete da prefeita Adriane Lopes (PP) confirmam que uma reforma estratégica no primeiro escalão está sendo avaliada e pode ser anunciada nas próximas semanas.

Entre os nomes discutidos para possíveis substituições estão Sandro Benites (Esporte), Valdir Gomes (Cultura) e Leandro Basmage (Tecnologia). As mudanças são cogitadas diante de denúncias de nepotismo cruzado, falhas graves na execução de políticas públicas, acesso irregular a dados sensíveis e promessas não cumpridas.

Cenário de desgaste crescente

A insatisfação com a gestão municipal cresce entre diferentes setores da sociedade. Entidades esportivas, representantes culturais, servidores públicos, pais de alunos e lideranças comunitárias denunciam falta de planejamento, ausência de diálogo com a sociedade e paralisação de projetos estruturantes.

Para vereadores da base e da oposição, a atual configuração das secretarias compromete a execução de políticas públicas essenciais e alimenta um clima de insatisfação generalizada, gerando cobranças mais firmes por mudanças na equipe de governo.

Nepotismo cruzado e apadrinhamento entre as Pastas

Um dos pontos mais críticos da crise envolve nepotismo cruzado e apadrinhamento político.
Fontes internas confirmam que parentes, aliados e pessoas próximas aos titulares das três pastas foram nomeados em cargos estratégicos de forma cruzada entre Esporte, Cultura e Tecnologia, criando redes de influência e favorecimento interno.

Segundo relatos, a prefeita Adriane Lopes não tinha conhecimento prévio dessas movimentações e foi pega de surpresa ao descobrir que nomeações estratégicas ocorreram sem seu aval direto. A descoberta aumentou a pressão por cortes imediatos e pela adoção de medidas mais duras para retomar o controle da máquina administrativa.

Gestão Esportiva – Abandono de espaços e favorecimento político

A Fundação de Esportes, comandada por Sandro Benites, enfrenta críticas pelo abandono das praças esportivas, parques públicos e espaços comunitários, muitos dos quais se encontram em estado de deterioração.

Atletas, treinadores e federações denunciam a ausência de políticas de incentivo ao esporte e a paralisação de programas voltados à formação e apoio ao atleta local. Enquanto isso, pequenos grupos ligados politicamente à gestão recebem benefícios desproporcionais como o uso preferencial de espaços públicos.

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Vereadores têm reforçado que a condução da pasta estaria priorizando interesses eleitorais pessoais em detrimento da construção de uma política ampla e inclusiva para o esporte municipal.

Gestão Cultural – Recursos represados, maquiagem de espaços e concentração de investimentos

Na nova Fundação Municipal de Cultura (Fundac), sob comando de Valdir Gomes, produtores culturais, artistas independentes e representantes de coletivos denunciam recursos represados há mais de dois anos, editais parados e falta de acesso a investimentos públicos.

A gestão tem sido acusada de beneficiar pequenos grupos culturais próximos ao secretário, enquanto a maior parte da classe artística segue excluída das oportunidades de financiamento.

Além disso, espaços históricos e culturais de Campo Grande foram alvo de “revitalizações” que, na prática, foram apenas maquiagens superficiais.
Um exemplo é a Morada dos Baís, apresentada à população como restaurada, mas que não passou por obras estruturais relevantes. Situação semelhante ocorreu com o Teatro do Paço Municipal, anunciado como reestruturado, mas que recebeu apenas tapetes novos e um teto de plástico, sem atender demandas históricas de modernização.

Para artistas e produtores independentes, os recursos públicos têm sido direcionados para pequenos grupos aliados, prejudicando a diversidade e a pluralidade cultural do município.

Gestão Tecnológica – Caos na REME, falhas críticas, promessas não cumpridas e acesso irregular a dados

A Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação (Agetec), dirigida por Leandro Basmage, enfrenta denúncias relacionadas à instabilidade de sistemas, falhas de governança digital e acesso irregular a dados públicos por empresas privadas sem contrato com a Prefeitura – uma prática que fere a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Na REME (Rede Municipal de Ensino), a situação se agravou com falhas graves nos sistemas da Educação. A Central de Matrículas enfrentou instabilidades prolongadas, gerando filas, atrasos e dificuldades para milhares de famílias. Além disso, secretários escolares relataram erros no lançamento das notas do primeiro semestre, que prejudicaram pais, alunos e gestores educacionais.

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Outro ponto de desgaste envolve uma empresa privada da área da saúde, que instalou totens de autoatendimento em unidades de atendimento público sem contrato formal, levantando suspeitas sobre falhas na governança digital, segurança da informação e controle administrativo.

Além disso, promessas não cumpridas aumentaram a pressão sobre a gestão. Entre elas, o PDTI (Plano Diretor de Tecnologia da Informação), anunciado para o aniversário da cidade, ainda não foi entregue. O mesmo ocorreu com o aplicativo da Rota Bioceânica, desenvolvido pelo Sistema S, mas apresentado pela Prefeitura como uma iniciativa própria, o que gerou críticas por falta de transparência e execução e crise institucional com grupo ligado a vice-presidente do sistema FIEMS.

A contratação por inexibilidade de licitação de sistemas também é objeto de desconfiança, com soluções na área jurídica e de obras sendo contratadas sem o procedimento recomendado pelas boas práticas em compras públicas de tecnologia da informação.

Exoneração na Saúde e efeito dominó

A crise se intensificou com a exoneração da Secretária Municipal de Saúde, que havia assumido a pasta após a saída de Sandro Benites.

A ex-secretária foi apontada como peça-chave na autorização da instalação de equipamentos tecnológicos sem contrato por uma empresa privada da área da saúde, fato que acentuou o clima de desconfiança dentro da Prefeitura e aumentou a pressão sobre a gestão.

Clima de tensão e expectativa por mudanças

Com o escândalo do nepotismo cruzado, os atrasos na execução de políticas públicas, o abandono de espaços esportivos e culturais e os problemas graves na gestão tecnológica, a prefeita Adriane Lopes avalia uma reforma ampla para recompor a credibilidade da administração.

Fontes próximas ao gabinete afirmam que as exonerações podem ser anunciadas a qualquer momento, como tentativa de estancar a crise, recompor apoios políticos e recuperar a confiança da população.
Caso as mudanças não ocorram, cresce o risco de agravamento das denúncias, abertura de investigações formais e desgaste irreversível da gestão.

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