Deputado estadual mudou discurso e disse que ex-tucano “tem raízes na direita” e que poderá “surpreender”
Mesmo após críticas à aproximação, o deputado estadual João Henrique Catan (PL) mudou de tom e elogiou publicamente, pela primeira vez, a filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja ao PL. A fala ocorreu nesta quarta-feira (24), na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul).
Na avaliação de Catan, a ida de Reinaldo ao partido representa “uma grande oportunidade”. Ele destacou que o ex-governador é “uma pessoa que tem capacidade de tomar decisões surpreendentes” e ressaltou que suas “raízes estão na direita”.
“Eu falo isso sem ter conversa ou parceria com ele, mas analisando fatos históricos. Ele é um cara do agro, pode hoje não entender como pensa a direita no Estado, mas inegavelmente as raízes do Reinaldo estão na direita”, disse Catan.
O parlamentar citou episódios da trajetória política de Azambuja para reforçar que o ex-tucano já contrariou expectativas no passado. “Quando todo mundo esperava, ele muda o domicílio eleitoral de Maracaju para Campo Grande. Se não fossem as falsas pesquisas, estaria no segundo turno. Ele provocou o segundo turno rachando com o sistema que buscava sufocar sua candidatura”, destacou.
A filiação de Reinaldo ao PL, que deve disputar uma das três vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul, ocorreu no último domingo (21), com a presença do presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto. O ato contou ainda com lideranças locais de diferentes partidos, inclusive nomes da esquerda, o que também foi alvo de críticas de Catan.
“Todo mundo virou direita? Tava Dagoberto [Nogueira], Geraldo Resende, vereadores da esquerda. Então, as pessoas têm direito de se identificar com quem foi forjado com valores de enfrentamento, resiliência, preparo acadêmico e mudança no estilo de governar”, afirmou o deputado do PL.
Apesar da sinalização positiva a Azambuja, Catan insistiu que o PL precisa defender candidatura própria ao governo. “Hoje não se consegue inventar qualquer situação para justificar a ausência de participação nossa na disputa majoritária. Para o eleitor, vai ficar a ideia de que a candidatura própria foi encerrada por um acordão em malefício da direita, ou que não lutamos por eles. Na nossa corrente ideológica, queremos ir para o embate, para a disputa”, pontuou.
Ele também reforçou a posição de oposição ao governador Eduardo Riedel (PP), acusando-o de ter se sustentado em alianças com o PT. “O PT colocou o Eduardo Riedel lá. O PT teve o seu espaço reconhecido”, disse.
Campo Grande News