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Decreto revogado após pressão social expõe omissão de vereadores da base e sindicato na defesa da Educação

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No dia 29 de setembro, a Prefeitura de Campo Grande foi obrigada a revogar um decreto que atingia diretamente a educação municipal, deixando professores convocados em situação de total vulnerabilidade diante dos concursados. Um ato classificado por muitos como desumano e inconstitucional, que nunca deveria ter existido.

Mas, como em Campo Grande política se faz também diante das câmeras de celular, não demorou para que alguns vereadores, aqueles mesmos que compõem a base aliada da prefeita Adriane Lopes, corressem para gravar vídeos em defesa da educação, como se tivessem sido protagonistas da queda do decreto. A ironia? Nenhum deles se levantou de forma tão contundente no momento em que a medida foi publicada. Nenhum debate acalorado em plenário, nenhum questionamento incisivo, nenhuma ação prática. Apenas silêncio – silêncio conveniente de quem depende da boa vontade do Executivo.

Agora, com o ato já enterrado, lá estão eles, sorrindo em fotos ao lado da prefeita, posando como guardiões da escola pública. Aparentemente, defender a educação é fácil, desde que não custe contrariar Adriane Lopes. Enquanto isso, professores convocados já haviam sentido na pele a insegurança de se tornarem descartáveis por decreto.

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A Câmara Municipal mostrou-se, em sua maioria, uma casa de vereadores figurativos, que mais parecem atores seguindo um script pré-escrito pela gestão municipal e seus leões de chácara, que circulam nos corredores da Casa nos dias de sessão.

A presidência da Câmara, por sua vez, exerce hoje um papel de pouquíssimo impacto na condução dos trabalhos parlamentares. Diferente da gestão anterior, em que não faltavam posicionamentos firmes e frases de efeito que, no mínimo, imprimiam um certo respeito institucional. Como naquela máxima repetida à exaustão: “a Câmara não é um puxadinho do Executivo”. Saudade dessa ironia que, ao contrário de hoje, ainda tinha graça – e força.

Mas não foi só o Legislativo que falhou. O sindicato, que deveria ser a linha de frente na defesa dos educadores, mostrou-se mais como ator coadjuvante de uma peça de teatro sem graça que prejudica a educação municipal. A ausência de posicionamento firme e a falta de enfrentamento reforçam a necessidade de um sindicato com verdadeira autonomia e independência, capaz de defender os interesses da categoria e não apenas assistir aos acontecimentos dos bastidores.

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Em resumo, a revogação foi uma vitória da pressão da sociedade, não da omissão dos aliados. E os vídeos feitos às pressas no dia seguinte servem mais como registro do constrangimento do que como prova de compromisso real com a educação de Campo Grande.

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