A população de Campo Grande volta a ter novos problemas na saúde na gestão da prefeita Adriane Lopes (PP). Enquanto a Secretaria Municipal de Saúde continua sem comandante, gerida por um comitê, a Santa Casa de Campo Grande suspende os atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas em decorrência da greve por tempo indeterminado dos médicos.
Na terça-feira (9), a UPA (Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Universitário ficou sem energia por várias horas e suspendeu parcialmente o atendimento. O Centro Regional de Saúde do Tiradentes ficou sem água por vários dias, prejudicando pacientes e funcionários por vários dias.
Os problemas só agravam a situação da população na rede pública de saúde, que já sofre com a falta de medicamentos, de médicos e leitos hospitalares. Em uma gestão marcada pelo amadorismo, Adriane colocou um comitê para gerir a Sesau após a demissão da médica Rosana Leite de Melo.
A prefeita briga na Justiça para não pagar R$ 46 milhões que a prefeitura deve à Santa Casa, maior do Centro Oeste e referência no atendimento de alta complexidade em Mato Grosso do Sul.
“A Santa Casa informa que os atendimentos ambulatoriais e eletivos encontram-se suspensos por tempo indeterminado em razão do atraso nos repasses aos profissionais médicos. Permanecem em funcionamento os atendimentos de urgência e emergência provenientes do pronto-socorro e da regulação”, confirmou a instituição.
“O atraso ocorreu devido à dificuldade da Santa Casa em honrar seus compromissos financeiros com prestadores e fornecedores dado ao já bem conhecido déficit contratual amargado pela instituição há vários anos”, justificou. O déficit mensal do hospital gira em torno de R$ 13 milhões.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Marcelo Santana, afirmou que os médicos contratos pelo regime de CLT receberam na terça-feira, mas o pagamento dos profissionais contratados pelo sistema de PJ segue atrasado.
Na terça-feira, a UPA do Universitário suspendeu o atendimento parcialmente de manhã após a falta de energia em decorrência do roubo de fios. De acordo com uma fonte, o problema só foi resolvido após um vereador aparecer no local e cobrar a prefeita.
A vereadora Luiza Ribeiro (PT) denunciou a falta de água no CRS do Bairro Tiradentes. “Agora de manhã estivemos no Centro Regional de Saúde do Tiradentes, a pedido de profissionais de saúde e usuários do SUS, que desde sábado enfrentam graves dificuldades por causa da falta de água, o que inviabiliza até as condições mínimas de higiene. Pacientes estão sem poder tomar banho, com receio de usar o banheiro e até o atendimento médico está comprometido”, lamentou a petista.
“Como atender emergências sem água para higienização, limpeza e consumo? Como manter pacientes internados em condições tão desumanas? Isso é inaceitável!”, criticou. “A população não pode pagar o preço da desorganização da Prefeitura”, detonou. Para resolver os problemas, Adriane criou o comitê, que deverá funcionar por seis meses.
O JACARE