O Pauta Diária noticiou, anunciou por duas vezes, do lançamento e na abertura que “FIT Dourados inicia programação nesta quinta-feira seguindo com grandes espetáculos nos próximos 10 dias”. Mas, a grande programação cultural e de lazer do Festival Internacional de Teatro de Dourados, está chegando ao fim neste domingo (27), com ainda diversas atrações durante o dia e se encerra com show musical nacional de Letrux.
A noite de amanhã, está reservada às 22 horas, no Parque do Ipês, para a carioca cantora e compositora Letru, que apresenta o show “Letrux 20 Anos Alternativa”, revisitando a cena independente brasileira dos anos 2000 e 2010. Veja abaixo, detalhes, do que ela apresenta como uma experiência que é ao mesmo tempo celebração e resistência, que promete atravessar o público com intensidade, poesia e melancolia dançante.
A apresentação encerra o FIT Dourados, promovido neste ano, pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), que teve sempre entrada gratuita. O evento foi de programação em comemorações dos 20 anos da Instituição de ensino, educação e cultura no segundo maior município de Mato Grosso do Sul.
No palco douradense, a artista mistura o apocalíptico e o romântico, transformando sua tragicomédia particular em um ritual coletivo. “É isso, a alegria é uma força revolucionária. Tá barra, tá osso, mas não podem tirar a música da gente, nem a dança, então vamos dançar sim”, afirma Letrux.
Trajetória Letrux
Com seis discos lançados – três à frente do duo Letuce e outros três em carreira solo –, além de turnês internacionais e participações nos maiores festivais do Brasil, Letícia Novaes, a Letrux, consolidou-se como uma das vozes mais autênticas da música brasileira contemporânea.
Seu primeiro álbum solo, Letrux em Noite de Climão (2017), arrebatou crítica e público, rendeu o prêmio Multishow de Melhor Disco e entrou na lista da Rolling Stone entre os melhores daquele ano. Desde então, a artista segue explorando o entrelaçamento entre música, teatro e literatura — campos que moldam sua presença magnética nos palcos.
Letrux também é escritora e já publicou dois livros, Zaralha – Abri Minha Pasta (2015) e Tudo que Já Nadei (2021), além de criar o podcast Taradas por Letras, em que mergulha na poesia da música brasileira. Essa multiplicidade transborda para seus shows, que ela descreve como espaços de encontro, atravessados pela sensibilidade do momento.
“Levo meu circo, mas também sei me deixar contaminar pelo ambiente. Não sou fechada, carregando meu show por aí. Vou sentindo os cruzamentos que a estrada oferece”, declama Letrux.
Uma noite inédita em Dourados
O show em Dourados marca a primeira vez da artista no município e acontece no início da primavera, em uma noite que ela acredita ser um encontro especial com corpos e mentes jovens, em meio às turbulências do país e do planeta.
“Um show é um lugar de encontro, com a música, com amigos, consigo. Ver um show é algo muito potente, espero que a gente tenha uma noite linda”, comenta a artista.
“Letrux 20 Anos Alternativa” traz interpretações de artistas que foram fundamentais na construção da cena alternativa brasileira, como Céu, Tulipa Ruiz, Ava Rocha, Anelis Assumpção, Domenico Lancellotti, Curumin e Cidadão Instigado. O repertório não se prende à crítica social intensa de seus trabalhos autorais mais recentes, mas mergulha em canções de leveza, alegria e delicadeza — quase um manifesto pela desaceleração em meio ao caos.
Ao revisitar o passado, a cantora projeta também o futuro, celebrando duas décadas de música em um país onde a arte insiste em resistir. “Instinto, vocação, desejo. É isso que sei fazer. Embora tudo seja difícil e suado, ainda é isso que desejo fazer”, resume.
11º Festival Internacional de Dourados
Até este dia 27 de setembro, Dourados foi palco do 11º Festival Internacional de Teatro (FIT), que retornou após seis anos de hiato e integra as comemorações dos 20 anos da UFGD.
O FIT é reconhecido como o maior evento de artes cênicas de Mato Grosso do Sul, o Festival reúne 16 atrações entre espetáculos de teatro – regionais e nacionais – palestra, oficinas, mesa redonda e show, reafirmando a cidade como referência cultural no Estado.
A programação foi diversa e ocupou auditórios, praças e parques, espaços culturais, trazendo desde obras premiadas no eixo nacional, como “Neva” (RJ) e “In On It” (RJ/SP), até a Mostra Feito em Casa, que valoriza a produção teatral de Dourados e Campo Grande.
Além disso, o FIT mantém seu histórico compromisso em evidenciar as vozes indígenas e as questões sociais que atravessam o território sul-mato-grossense, com montagens como “Tekoha – Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno”, do Teatro Imaginário Maracangalha.
Cultura e Arte movimentam a Vida da Cidade
Mais do que um festival, o FIT, como toda Cultura e Arte movimentam a Vida de uma Cidade. O Festival é uma engrenagem que movimenta a economia local, gera empregos, atrai público diverso e reforça a importância da UFGD como fomentadora de Educação e Cultura.
Com apoio de instituições parceiras e transporte gratuito para ampliar o acesso do público, o evento celebra a força do Teatro como espaço de encontro, reflexão e resistência — e encerra sua edição de 2025, também com a apresentação da Orquestra UFGD, grupo que há 10 anos incentiva a prática musical de artistas da comunidade, e com o show inédito de Letrux no Parque do Ipês.
Serviço
Se não foi, mas ficou curioso em ver toda a programação que ocorreu, para num próximo ir e aproveitar, veja em nossas matérias anteriores
11º Festival Internacional de Teatro acontece em dez dias deste mês em Dourados
Ou, mais informações sobre o Festival e programação completa acesse o Instagram (@culturaufgd).