A Câmara Municipal de Campo Grande termina o ano sob forte desgaste junto à população. Pesquisa recente do Instituto Ranking revela que mais de 50% dos eleitores da capital sul-mato-grossense desaprovam a condução do Legislativo municipal, evidenciando uma crise de confiança entre representantes e representados.
Atualmente presidida pelo vereador Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy, a Casa de Leis tem sido alvo de críticas constantes da sociedade, especialmente pela percepção de distanciamento dos problemas reais da cidade e pela baixa efetividade das ações parlamentares.
O cenário contrasta de forma significativa com o início da atual legislatura. Nos primeiros meses do ano, os vereadores ainda desfrutavam de uma avaliação relativamente positiva. Em junho, 40% da população classificava o desempenho da Câmara como bom ou ótimo. No entanto, em apenas alguns meses, esse índice entrou em queda livre.
Em novembro, a avaliação positiva despencou para apenas 19%, enquanto a desaprovação saltou para 60%, revelando um desgaste acelerado da imagem institucional. Apenas 25% dos entrevistados disseram aprovar o trabalho realizado, enquanto 40% consideraram a atuação ruim ou péssima.
A pesquisa ouviu 1.000 eleitores entre os dias 15 e 20 de dezembro, com margem de erro de 3 pontos percentuais, e foi encomendada pela Rede Top FM. Os números deixam claro que a insatisfação não é pontual, mas sim generalizada.

É verdade que a última sondagem coincidiu com a segunda greve mais longa da história do transporte coletivo em Campo Grande, e a atuação dos vereadores para intermediar o fim da paralisação trouxe um leve alívio: a desaprovação caiu 10 pontos percentuais, e a avaliação ruim ou péssima recuou quatro pontos. Ainda assim, o gesto foi insuficiente para reverter a imagem negativa consolidada ao longo do ano.
O resultado final é inequívoco: a Câmara Municipal encerra o ano devendo explicações aos eleitores. A população cobra mais presença, mais transparência e, principalmente, resultados concretos. O recado das urnas simbólicas das pesquisas é claro discursos, embates internos e agendas desconectadas da realidade urbana já não convencem.






















