A semana se inicia com divulgação e exaltação pelo Governo do Estado, que Mato Grosso do Sul, no seu 48 º aniversario, ocorrido no último sábado (11), se consolida como Estado exportador de produtos para mais de 120 países, como avaliado pela ‘Carta de Conjuntura’ com dados completos sobre o Comércio Exterior de MS, de janeiro a setembro de 2025. Veja abaixo, detalhes dos dados de elaboração da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
Apesar de contínuos problemas gerais da população pelo Estado, na área econômica como Estado, vindo do setor privado, há um desenvolvimento crescente e foco nas exportações. Assim, o MS se consolida com diversificação produtiva, aliada a continuidade comercial de itens como carne, grãos e cana-de-açúcar. O Estado é apontado com visibilidade de vitrine de negócios à empresas e indústrias nacionais e internacionais. Há projeção de ter o 3 º maior crescimento do PIB 2025 (5,3%) – conforme análise recente da Resenha Regional do Banco do Brasil.
MS exportou US$ 8,18 bilhões, neste nove meses de 2025, conforme a ‘Carta de Conjuntura’, tendo como dez principais destinos das exportações Sul-mato-grossenses: China, Estados Unidos, Países Baixos, Indonésia, Itália, Chile, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Turquia e Índia, que em conjunto, responderam por mais de 85% do valor exportado. Também figuram como principais parceiros comerciais do Estado países como Itália, Argentina, Holanda e Uruguai, num total de 120 países com os quais o MS mantém relações comerciais para exportação de produtos.
Investimentos na área de lojistíca – com a Rota Bioceânica e a Rota da Celulose –, além da transformação do Estado em ‘Carbono Neutro’ com base em políticas efetivas de transição energética, agricultura sustentável, redução do desmatamento e segurança alimentar, contribuem para a geração de emprego e renda em todos os municípios.
Estado Agrícola
O MS nasceu, cresce e permanece em relevância do Estado, como “potência agrícola”, que é evidente devido a representividade dos produtos Sul-mato-grossenses no mercado interno e externo. Nas exportações, os destaques são os itens como carne (bovina, suína e de frango), soja, milho, produtos florestais, cana-de-açúcar, amendoim, cítricos e mineração.
Em 2024, MS exportou aproximadamente US$ 7,5 bilhões, consolidando-se como um dos principais estados exportadores do Centro-Oeste. Dados do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), apontam que os principais produtos exportados, origem agroindustrial, são soja (em grãos), responsável por aproximadamente US$ 3,68 bilhões, além de produtos florestais (US$ 2,67 bilhão), carnes (US$ 1,71 bilhão) e cereais, farinhas e preparações (US$ 222,85 milhões)
E os principais destinos de produtos provenientes de MS são a China (47,09%), União Eropéia (11,89%) – bloco econômico composto por 27 países –, Estados Unidos (5,71%) e a Indonésia (2,96%). Mas países como Chile, Emiradores Árabes, Turquia, Índia, Egito e Argélia, também aparecem como outros destinos de produtos sul-mato-grossenses.
O mercado chinês, principal consumidor da produção de Mato Grosso do Sul, recebe principalmente soja, celulose e carne bovina. No caso da soja, são exportados mais de 5,6 milhões de toneladas, com valor de aproximadamente US$ 2,4 bilhões.
A lista de produtos exportados para diversos países também contém itens como ferro, pó de ferro ou aço, celulose, produtos florestais, farelos de soja e outros alimentos para animais, açúcares e melaços, milho, couro, minério de ferro, entre outros.
Os alimentos e outros produtos de MS são consumidos e utilizados em países da América do Sul e do Norte, além da Europa, África e Ásia, demonstrando a importância mundial da produção agrícola do Estado.
Avaliação governamental
Este ano, com a continuidade do crescimento das exportações de MS, o secretário Jaime Verruck (Semadesc), confirmou que o cenário demonstra a força e o dinamismo do setor exportador do Estado. “Mesmo em um cenário de incertezas no comércio internacional, Mato Grosso do Sul conseguiu expandir suas vendas externas, com destaque para a carne bovina e para a diversificação de destinos. Esse desempenho reforça nossa competitividade e abre caminho para novos mercados”.
Com a quarta maior produção de carne bovina, com 3,96 milhões de cabeças, o MS também é o quarto estado no ranking desta exportação no País. Já em produtos florestais, o Estado é o segundo em produção, e o primeiro em exportação, com 1,75 milhão de hectares (eucalipto, seringueira e pinus).
“Podemos destacar a solidez do desempenho de nossas exportações lideradas pela celulose, seguida de perto pela soja e com uma participação importante do setor de carnes. Nossa economia está fortemente alicerçada nessas commodities. Somos essencialmente um Estado exportador”, disse Verruck, sobre o resultado das exportações nos nove primeiros meses do ano.
O Estado é ainda o terceiro maior exportador de etanol do Brasil, com vendas que somaram US$ 98 milhões. O produto é adquirido por 35 países, incluindo Holanda, Canadá, China, Egito, Iraque, Portugal, Rússia, Uruguai e Bangladesh.
Diferencial da Bioenergia em MS
O MS tem ainda diferencial, que além do impacto econômico, a bioenergia em MS exerce um papel essencial na agenda ambiental. O setor é protagonista na mitigação das emissões de carbono, não apenas por seu processo produtivo eficiente e sustentável, mas também pela oferta integrada de combustíveis, alimentos e energia de fonte limpa e renovável, com menor pegada de carbono.
A contribuição estratégica fortalece o protagonismo do setor no MS Carbono Neutro 2030, plano estadual que reconhece o papel da bioenergia na construção de um futuro mais sustentável e de baixo carbono.
Desenvolvimento
A ‘Carta de Conjuntura’ aponta que o fluxo de exportações contribui diretamente para fortalecer a balança comercial, mitigando desequilíbrios, além de promover estabilidade cambial, reduzir a exposição do país a choques externos, ampliar a capacidade de investimentos públicos e privados, gerar emprego e renda, e ainda sustentar as cadeias produtivas ligadas à produção, transporte, armazenamento e serviços de apoio ao comércio exterior.
O desempenho positivo gera impactos diretos na economia e na produção agropecuária do Estado, com estímulo a continuidade de investimentos e ainda contribui para o desenvolvimento das regiões produtoras. O cenário ainda reforça a confiança dos produtores rurais para manter investimentos em tecnologia, produtividade e qualidade, que sustentam a competividade do agronegócio.
O Estado mantém o ritmo de expansão das exportações, consolidando a presença dos produtos sul-mato-grossenses nos principais mercados internacionais, mesmo em um cenário global com desafios. O trabalho conjunto entre produtores e agroindústrias, com o apoio do Governo de MS, reforçou a competitividade e a qualidade da produção regional.
Cadeias estáveis e permanentes de produção – soja, carne e celulose, que juntas representam 70% do faturamento – mantém as exportações estaduais, ao mesmo tempo que novos mercados e produtos reforçam a diversificação e a resiliência do setor em MS.
Efeitos internos
Para o interior de MS, um dos efeitos diretos do dinamismo das exportações está relacionado a interiorização do desenvolvimento econômico, em municípios como Campo Grande, Dourados, Corumbá, Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, que se consolidam como polos de produção, processamento e escoamento de matérias-primas estratégicas, como soja e minério de ferro.
O processo favorece a atração de investimentos estrangeiros diretos, aumenta a arrecadação estadual e municipal, expande a infraestrutra logística e energética e ainda contribui para adoção de tecnologias voltadas à eficiência produtiva e sustentável. Fatores que reforçam o papel do comércio exterior como vetor de integração competitiva de Mato Grosso do Sul à economia global.
O cenário exportador de Mato Grosso do Sul evidencia um modelo de crescimento sustentado pela inserção internacional, onde a combinação entre agronegócio, industrialização e inovação tecnológica posiciona o Estado com destaque na geração de riqueza e na estabilidade macroeconômica do Brasil.
Com saldo de US$ 6,34 bi, MS acumula superávit de 347% nas exportações entre janeiro e setembro de 2025. Mato Grosso do Sul exportou US$ 8,18 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, conforme a elaborada Carta de Conjuntura com dados da Semadesc.
Menos importações
No mesmo período, as importações somaram US$ 1,83 bilhão, o que representa um superávit de 347% na balança comercial do Estado. O saldo acumulado – a diferença entre as exportações e as importações – já chega a US$ 6,34 bilhões até setembro, valor 10,84% superior ao apurado no mesmo período do ano passado.
Outro dado importante é que, enquanto as exportações de Mato Grosso do Sul aumentaram em 4,5% no período entre janeiro e setembro, as importações tiveram uma retração significativa de 12,75%, o que faz aumentar o superávit. Os principais produtos exportados foram a celulose (29,22%), soja (25,58%) e carne bovina (15,92%).
Nas importações, continua predominando o gás natural com 33,03%, seguido do cobre (8,14%) e caldeiras de geradores a vapor (6,86%), maquinários para uso em usinas sucroenergéticas.
“O que podemos destacar, desse estudo, primeiro é a solidez do desempenho de nossas exportações lideradas aí pela celulose, seguida de perto pela soja e com uma participação importante do setor de carnes. Nossa economia está fortemente alicerçada nessas commodities. O superávit aumentou porque tivemos uma diminuição importante na importação de gás, mas somos essencialmente um Estado exportador, isso está posto. O resultado é bom e era o que a gente já esperava, pelo conjunto de indicadores favoráveis”, observou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.
Troca de produtos
Os cinco produtos que lideram o ranking das exportações do Estado trocaram de posição, na comparação com o valor apurado entre janeiro e setembro do ano passado. A soja liderava as exportações com 34,71% no ano passado e perdeu o posto para a celulose (29,22%), ficando em segundo lugar nesse ano com 25,58%.
A carne aumentou a participação do valor exportado, de 11,25% no ano passado para 15,92% nesse ano. Já açúcares e melaços tiveram retração (de 8,31% para 6,57%), assim como farelos de soja (7,09% para 4,36%).
Já em relação às importações, a redução na compra de gás natural da Bolívia pelo gasoduto Gasbol teve impacto considerável nos números. Entre janeiro e setembro do ano passado, foram compradas 2.865.750 toneladas de gás que totalizaram US$ 874.584.016,00. No mesmo período desse ano o volume adquirido de gás totalizou 2.108.961 toneladas e somou US$ 606.142.236,00. A redução no valor das importações de gás foi de 33,03% e no volume, de 30,69%.
Quanto ao destino dos produtos sul-mato-grossenses, a China continua sendo a principal parceira com uma pequena variação positiva de 1,73% em relação ao total exportado no período (US$ 3,768 bilhões), em relação ao valor apurado em igual período do ano passado (US$ 3,704 bilhões).
No cômputo geral das exportações, a China teve uma pequena retração, de 47,30% para 46,11%. Já os Estados Unidos se mantém como segundo principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, porém com redução tanto no valor comprado (de US$ 471 milhões para US$ 426 milhões) quanto na participação geral, de 6,02% para 5,21%.
Acesse AQUI a Carta de Conjuntura com os dados completos sobre o Comércio Exterior de Mato Grosso do Sul no período de janeiro a setembro de 2025.