MATO GROSSO

Prepare o bolso: ICMS sobe e gasolina fica mais cara em Mato Grosso

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Reajuste entra em vigor em 1º de janeiro de 2026 e expõe contradições de um governo que aumenta impostos enquanto o custo de vida dispara

O “presente” de Ano Novo para os motoristas de Mato Grosso será amargo. A partir de 1º de janeiro de 2026, o aumento da alíquota do ICMS sobre combustíveis entra em vigor e deve elevar imediatamente o preço da gasolina nas bombas de todo o estado. Em um cenário de renda pressionada e serviços públicos longe do ideal, a medida cai como mais um golpe no bolso do cidadão.

Donos de postos já admitem que o repasse será inevitável. E não é difícil prever o efeito dominó: gasolina mais cara encarece o transporte, o frete, os alimentos e praticamente tudo o que depende de logística — ou seja, quase tudo. No fim da cadeia, quem paga a conta é sempre o consumidor, sem anestesia.

O aumento do imposto escancara uma contradição incômoda. Mato Grosso costuma ser apresentado como um estado “exemplar” em indicadores macroeconômicos e, segundo dados divulgados pelo próprio governo estadual, ostenta o 2º menor índice de desigualdade de renda do país. Se é assim, por que recorrer ao aumento de impostos indiretos aqueles que pesam mais sobre os mais pobres — para fechar as contas?

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Nas redes sociais, a reação é de revolta. Motoristas, trabalhadores por aplicativo e pequenos empreendedores questionam a lógica de um reajuste que penaliza quem precisa do carro para trabalhar e sobreviver. “É sempre a mesma solução: aumentar imposto”, reclamam usuários, enquanto a promessa de melhoria nos serviços públicos segue vaga e distante.

Especialistas alertam que o ICMS sobre combustíveis é um tributo regressivo: não distingue renda, não faz justiça social e amplia desigualdades. Em vez de enfrentar desperdícios, rever prioridades ou melhorar a eficiência da máquina pública, o governo escolhe o caminho mais fácil — e mais cruel — de transferir o ônus para a população.

Em tempos de inflação persistente e poder de compra corroído, elevar o preço da gasolina não é apenas uma decisão fiscal: é uma escolha política. E, neste caso, uma escolha que ignora a realidade de quem já está no limite. Mato Grosso começa 2026 com o tanque mais caro e a sensação de que, mais uma vez, o cidadão foi o último a ser ouvido.

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