Dinheiro Público

Presidente da ALEMS adia mas quer sair da Casa deixando ‘legado’ de contestadas obras de ‘puxadinho’ de R$ 141 milhões

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O pré-candidato a deputado federal ou a senador, atual presidente da ALEMS (Assembleia Legislativa de MS), Gerson Claro (PP), ignora contestações socioambientais e econômicas de Mato Grosso do Sul, e quer gasta mais de 100 milhões com novo prédio para Casa de Leis. Apesar de debates contra, a ação está em curso, propostas seriam abertas nesta segunda-feira (8), mas por conta de pedidos de esclarecimentos e impugnações, a data foi adiada.

Contudo, Claro, quer sair da Casa deixando seu ‘legado’ de contestada obra, apelidada de ‘puxadinho’, mas de enorme prédio e gastos de R$ 107 milhões ante à crise financeira pela qual passam os cofres estaduais e aos debates do ‘tombamento’ do Parque dos Poderes e seu entorno. Mas, polemica não faltam ao deputado, como no caso de até prisão, quando era diretor do Detran-MS e ainda responde na Justiça por questões irregulares no órgão.

Claro, como outros da mesa diretora, segue no propósito de destinar recurso milionário a construir um novo plenário e bloco administrativo junto ao prédio onde funciona a ALEMS. Além das polêmicas ‘macro’, a construção também está envolvida em embates não tão menores, como a Licitação. Prova disso é que no sábado (6), comando da Casa, publicou edital adiando a abertura das propostas, para próximo dia 16 ante que seria nesta segunda-feira (8).

De acordo com este edital, “A Assembleia Legislativa, através da Gerência de Licitação, torna público a prorrogação da data de abertura da licitação abaixo, tendo em vista a grande quantidade de pedidos de esclarecimentos e impugnações que foram respondidas apenas em 04/09/2025”.

Projeto pouco alardeado, mas já tem seis meses

O projeto do novo prédio já foi anunciado em março e o edital, que prevê valor máximo de R$ 107.826.097,09, foi lançado em julho deste ano. Além deste montante, a Assembleia também destinou mais de R$ 34 milhões para construção de um estacionamento vertical, que terá capacidade para 600 vagas. As primeiras 140 seriam liberadas nesta segunda-feira (8).

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Este adiamento na abertura do certame não é o primeiro atraso. Pela previsão inicial, o prédio já deveria estar a todo vapor. “A obra deverá ser iniciada em junho e prepara o Poder Legislativo para os próximos anos. É um sonho, pois o avanço representa não apenas uma melhoria estrutural, mas um reflexo do compromisso dos deputados estaduais com a inovação e a eficiência no serviço público”, disse o presidente da Casa, Gerson Claro (PP), no dia 27 de março.

O projeto do novo prédio prevê a construção de uma nova estrutura sobre o estacionamento privativo atualmente existente na Alems. Serão 11,4 mil metros quadrados de área construída. O novo plenário terá capacidade para cerca de 700 pessoas, mais que o dobro do atual, que comporta 300.

O atual comando da Casa alega que seu plenário é pequeno e vez ou outra é obrigada a utilizar o plenário do Centro de Convenções Rubens Gil de Camil (Palácio Popular da Cultura), que fica a pouco mais de um quilômetro da Casa de Leis.

Mudança de visual no Parque

O novo prédio terá visual completamente diferente daquilo que é visto no Parque dos Poderes. De acordo com a proposta, a nova estrutura terá formato circular, rompendo com o padrão de linhas retas em praticamente todas as construções públicas da região.

O projeto arquitetônico inclui o plenário principal com galerias públicas, mesa diretora com acessos privativos, salas técnicas de taquigrafia, cerimonial e assessoria, estúdios da TV e Rádio, com salas de corte, switcher, sonorização e apoio à transmissão.

Estão previstos ainda sala VIP, sala médica com acessibilidade, salas de imprensa, recepção com triagem e controle eletrônico de acesso, sanitários acessíveis em todos os pavimentos, e outros espaços.

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Outro polemico ex-palácio da Justiça

Em 2023, outro grande projeto de construção no Parque dos Poderes foi alvo de polêmicas – a construção do novo Palácio do TJ-MS (Tribunal de Justiça de MS) que, antes mesmo de sair do papel, já havia custado quase R$ 4 milhões.

Na época, o então presidente do Tribunal, o desembargador Sérgio Fernandes Martins, alegou a necessidade de um espaço maior para o Tribunal, que comportava 37 desembargadores e já apresentava falta de espaço.

O projeto encarou processos para evitar novas construções no Parque dos Poderes por se tratar de grande parte de áreas protegidas.

Caso fosse aprovada, a obra teria seu início em 2025. Porém, o atual presidente do TJ, Dorival Pavan, já deixou claro novo palácio estava “fora de cogitação”

VACAS MAGRAS

Embora fisicamente próxima da Governadoria, a Assembleia Legislativa parece estar em outra órbita ao anunciar R$ 107 milhões para um novo “palácio”.

No dia 4 de agosto, o governador Eduardo Riedel assinou decreto que definiu corte de 25% nos gastos da administração pública estadual. A iniciativa visa controlar despesas públicas para garantir o equilíbrio fiscal do Estado, conforme anunciou o chefe do Executivo.

A medida foi anunciada em meio a um cenário de queda na arrecadação. Nos quatro primeiros meses de 2025, por exemplo, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal fonte de receita do Estado, ficou em R$ 5,13 bilhões.

O valor representa um crescimento nominal de 3,07% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram arrecadados R$ 4,95 bilhões. No entanto, a inflação acumulada no período ficou em torno de 5%, o que indica uma queda real no poder de compra da arrecadação estadual.

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