Filho de 13 anos afirmou que “rezava todos os dias” pela prisão do pai, e esposa do acusado colaborou com a PCDF após prisão do acusado
PCDF prende Joaquim Damaceno Silva, de 47 anos, acusado de três homicídios brutais entre 2018 e 2023. A esposa e o filho, que viviam sob ameaça, foram decisivos nas investigações.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu Joaquim Damaceno Silva, de 47 anos, ajudante de pedreiro e ex-dono de bar, apontado como um serial killer responsável por pelo menos três homicídios cometidos entre 2018 e 2023 no Distrito Federal e Entorno.
A prisão ocorreu na última sexta-feira (24), durante a Operação Thanatos, conduzida pela Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa (CHPP). A Justiça converteu a prisão temporária em prisão preventiva. Joaquim confessou os crimes e demonstrou, segundo os investigadores, frieza e extrema violência nas execuções.
Família vivia sob medo constante
Durante as investigações, a CHPP descobriu que a própria família do criminoso vivia aterrorizada. O filho de Joaquim, um adolescente de 13 anos, revelou aos investigadores que “rezava todos os dias” pela prisão do pai, temendo que ele e a mãe fossem mortos.
A esposa do acusado também relatou anos de medo e silenciamento. Ela só aceitou colaborar com a polícia após a prisão temporária de Joaquim, tornando-se uma das principais testemunhas da investigação. Segundo os agentes, seus depoimentos foram fundamentais para confirmar detalhes dos crimes e o comportamento violento do autor.
Três homicídios confessados
As investigações começaram após o assassinato de Ray Ribeiro dos Santos, em 2020, e levaram à identificação de outros dois homicídios cometidos por Joaquim.
- Planaltina de Goiás (2023) — Joaquim assassinou um vizinho de 30 anos com um golpe de podão no pescoço, após se irritar com o comportamento da vítima, que costumava beber e andar nua em casa. O homem tentou fugir, mas morreu preso em uma cerca de arame farpado.
- Planaltina (2020) — Ray Ribeiro dos Santos, deficiente físico e embriagado, foi morto a facadas dentro do bar de Joaquim após atrapalhar um jogo de sinuca. O corpo foi levado ao Córrego do Arrozal e incendiado para eliminar vestígios.
- Sobradinho (2018) — Um cliente de 37 anos foi morto a facão após Joaquim sentir ciúmes da esposa. Ele atraiu a vítima para uma área de mata, fingindo dar carona, e a atacou pelas costas.
O acusado foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, podendo pegar até 40 anos de prisão por crime.
Investigação pode revelar novas vítimas
De acordo com o delegado Maurício Iacozzilli, chefe do Serviço de Investigação de Desaparecidos da CHPP, a polícia revisa outros casos de desaparecimentos e homicídios na região. Há suspeita de que Joaquim possa estar envolvido em outros assassinatos ainda não esclarecidos.
A PCDF solicita que informações sobre o acusado sejam repassadas anonimamente pelo telefone 197.
Perfil do criminoso
Os investigadores afirmam que Joaquim agia de forma premeditada, escolhendo vítimas vulneráveis e utilizando armas cortantes, o que indica um padrão de comportamento característico.
O caso reacende o debate sobre a ausência de uma tipificação penal específica para assassinos em série no Brasil, que atualmente são enquadrados pelos artigos de homicídio qualificado do Código Penal.


 
								 
											

















 
								 
								