Em mais um aumento no custo de vida para os moradores de Várzea Grande, a Prefeitura anunciou o reajuste na Taxa de Limpeza Urbana, que passará de R$ 161,57 para R$ 185,54 a partir de 2026. O aumento foi publicado no Decreto nº 116 no dia 30 de dezembro de 2024, e será cobrado junto com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
O reajuste, que já causa indignação entre os cidadãos, é justificado pela Prefeitura com base em argumentos como o crescimento populacional e o aumento no número de imóveis na cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Gestão Fazendária, Várzea Grande iniciou 2025 com 172 mil imóveis cadastrados, e espera-se que esse número cresça para 175 mil em 2026. A administração municipal argumenta ainda que imóveis não cadastrados, mas que recebem o serviço de coleta de lixo, geram um custo adicional para o sistema.
Porém, a justificativa da prefeitura parece mais uma tentativa de desviar a atenção de uma gestão ineficiente do que uma solução real para a cidade. Em um momento em que a população enfrenta uma crescente pressão financeira devido à inflação, aumento nos preços de serviços essenciais e uma crise econômica, a decisão de aumentar a taxa de lixo parece não levar em conta o impacto sobre o bolso da população.
É importante destacar que, apesar de ser uma medida para cobrir os custos operacionais da coleta de lixo, a falta de fiscalização eficiente sobre imóveis não cadastrados, que teoricamente não deveriam ser cobrados pela taxa, não justifica a alta no valor. Afinal, se a Prefeitura não consegue controlar a quantidade de imóveis que não pagam, deveria se concentrar em soluções que garantam que esses imóveis contribuam com o custo do serviço de forma justa, sem penalizar a grande maioria dos moradores que já arcam com essa despesa.
Outro ponto relevante é o aumento substancial no valor da taxa, que não parece condizente com os serviços prestados. A coleta de lixo, um serviço essencial e que deveria ser cada vez mais eficiente, tem apresentado dificuldades e reclamações frequentes por parte dos moradores. Em várias regiões da cidade, o atraso na coleta e o acúmulo de lixo nas ruas têm sido comuns, o que torna ainda mais difícil para a população aceitar o aumento, sem perceber melhorias concretas nos serviços.
Além disso, é fundamental questionar o papel da gestão pública na gestão do lixo e a transparência sobre a aplicação dos recursos arrecadados. O que justifica o aumento dessa taxa quando muitos bairros ainda convivem com a falta de infraestrutura básica, como a coleta de resíduos de forma adequada e a destinação correta para o lixo reciclável?
O que se espera, ao invés de mais um aumento sem garantias de melhorias, é que a Prefeitura invista em uma gestão mais eficiente, com maior fiscalização dos imóveis não cadastrados, planejamento adequado para lidar com o crescimento populacional e maior qualidade nos serviços de coleta de lixo. A população de Várzea Grande, já tão sobrecarregada com outros custos, não pode continuar sendo punida com aumentos que não correspondem ao nível de serviço que realmente necessitam.
Em tempos de crise, o reajuste da Taxa de Limpeza Urbana é mais um peso nos ombros dos moradores. Eles merecem um serviço de qualidade e uma gestão pública mais eficiente, que cuide do crescimento da cidade de forma planejada, sem colocar a conta nas mãos de quem já paga suas taxas regularmente.
