A situação de violência contra os indígenas da retomada Guarani e Kaiowá de Guyraroká, no município de Caarapó, região Sul de Mato Grosso do Sul, volta a se agravar neste sábado (25). Movimentos sociais, como o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), remetem denuncia ou pedido de socorro a imprensa e autoridades da área indígena no Governo Federal, que é responsável pela questão nacional dos Povos Originários. A ação no local hoje, tem até helicópteros da Sejusp/MS (Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado do MS), ameaçando com rasantes na terra onde tem indígenas. (Veja abaixo vídeos).
Assim, há violências física e psicológica, e, que podem voltar a também causar perdas de vidas. O Pauta Diária vem acompanhando a grave questão no local, onde a mais de um mês, já noticiou diversas vezes sobre o que vem ocorrendo na Retomada indígena. Veja que na última segunda-feira (20), relatamos acontecimentos a uma semana, no fim de semana passada. Polícia do Governo Riedel que a um mês ataca Indígenas tem auge na sexta-feira ferindo dezenas em Caarapó
O CIMI, veja abaixo, soltou notas retratando e relatando sobre o momento e questões que passam o povo local. A nota visa ‘esclarecimentos’, pois aponta que muitas imagens, textos e contexto da mídia ou redes sociais, só são fontes e mostram fontes da PM-MS (Polícia Militar de MS) e DOF (Departamento de Operações de Fronteira). “Notícias de mídia e notas das forças de segurança passam a imagem de que as famílias indígenas Kaiowa teriam iniciado uma ação ostensiva, tomando fazendas, queimando maquinários e estruturas privadas. Provavelmente esta estratégia tenha por motivação promover mais violência ilegal contra os indígenas”, diz nota.
As denúncias, mostradas em vídeos (veja abaixo) ressaltam o Modus operante das Forças de Segurança do Governo do Estado, que causam violência física e psicológicas, e que podem voltar a provocar mortes. “Sobrevoaram o território em ação de intimidação, reeditando práticas que, em ocasiões anteriores, como em Guapo’y Mirim, retomada em Amambai a ação com snippers em helicópteros resultaram em feridos e no assassinato do jovem Vitor Fernandes”, aponta Diogenes.
Luta contra o envenenamento e Governo com truculência
O indígena vem denunciando que as forças estaduais, sob comando do governo de Eduardo Riedel, ex-presidente da Famasul, vêm atuando com truculência desde o início da retomada, em 21 de setembro, em uma área já reconhecida como Terra Indígena Guyraroká desde 2011. Mesmo assim, o governo de MS, tem realizado operações policiais e dado apoio a ações privadas de repressão.
Os Guarani e Kaiowá denunciam também há anos o despejo de agrotóxicos e a omissão das autoridades brasileiras.
“A permanência da Força Nacional é urgente para evitar um novo massacre. É preciso que instituições, movimentos sociais e organismos de direitos humanos nacionais e internacionais ajam imediatamente. Cada hora de silêncio pode custar vidas”.
NOTA CIMI SOBRE A RETOMADA DE GUYRAROKA – 25/10/2025
Quanto a retomada de Guyraroka, notícias de mídia e notas das forças de segurança passam a imagem de que as famílias indígenas Kaiowa teriam iniciado uma ação ostensiva, tomando fazendas, queimando maquinários e estruturas privadas. Provavelmente esta estratégia tenha por motivação promover mais violência ilegal contra os indígenas.
Porém é necessário compreender e reavivar que para os indígenas esta ação, bem como toda a motivação da retomada é um grito de socorro em defesa de suas vidas, em especial da vida de suas crianças e de seus anciões desde o princípio:
Lembramos:
– Que a fazenda Ipuitã, sede em questão que se encontra dentro da Terra Indígena Declarada pelo Estado Brasileiro, por anos tem utilizado agrotóxicos contra a comunidade.
Ano após ano, plantam monocultura até o limite do território, literalmente até a cerca, usam veneno de maneira desenfreada e promovem ações intencionais de despejo de veneno como arma química, por meio de pulverização aérea sobretudo. A fazenda responde a ações neste sentido e já existem até mesmo medidas cautelares de proteção internacional junto a comunidade.
– A retomada dos indígenas, há mais de um mês atrás, teve como objetivo impedir este envenenamento, uma vez que o Estado nada fez com as denuncias e tampouco implementou medidas de defesa e proteção.
– Desde que retomaram as famílias indígenas, maioria de crianças e idosos, tem sofrido ataques ilegais das forças de segurança do Estado que sem nenhuma reintegração de posse ou mandato judicial atacaram os indígenas e destruíram seus barracos que estavam sobre o campo como elemento para impedir o plantio e o consequente envenenamento.
A polícia foi extremamente truculenta, deixando dezenas de feridos e enterrando pertences e os poucos alimentos que a comunidade possuía (comunidade que passa por períodos de fome). Em um dos episódios enterraram até mesmo os cachorros da comunidade, alguns vivos.
– Mesmo após ciência do governo federal que promoveu reunião com o Governo Riedel, os ataques policias continuaram, com a mesma ilegalidade. São dezenas de casos similares em outras terras indígenas e tanto o Governador do MS, quanto o secretario de segurança do Estado respondem ADPF no Supremo Tribunal Federal por uso indevido da força publica em defesa do setor privado ilegalmente.
– Os indígenas identificam a sede e o trator da fazenda como o foco da organização da violência que tem sofrido. É em defesa do privado que a tropa de choque da PM ilegalmente ataca as famílias kaiowa e viaturas da DOF permanecem dentro da fazenda ameaçando e coagindo a comunidade permanentemente.
– Neste sentido, a ação dos indígenas, em seu ponto de vista, é estritamente defensiva, ou seja, visa continuar impedindo o envenenamento de seus filhos e ocupar a sede para que as policias não possam mais a utilizar como centro de organização para os crimes que vem cometendo.
– Os indígenas pedem proteção a suas vidas, e que o Estado garanta a demarcação do território. Os kaiowa vivem em apenas 50 hectares dos mais de 11.400 declarados, onde a maioria deste território se encontra em profundas condições de degradação ambiental pelo mal uso da terra por parte dos fazendeiros que não foram devidamente desintrusados. (Conselho Indigenista Missionário – MS)



 
								 
											


















 
								 
								