O ex-chefe de licitações do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) e, posteriormente, da Prefeitura de Sidrolândia, Marcus Vinícius Rossettini de Andrade Costa, pediu à Justiça a retirada da tornozeleira eletrônica para poder voltar a trabalhar.
Implicado em ao menos três operações contra corrupção em Mato Grosso do Sul, Rossettini participa de processo seletivo em Campo Grande. Ele enfrenta medidas cautelares em ação por fraude em licitações lideradas pelo ex-vereador Claudinho Serra (PSDB) em Sidrolândia.
O pedido da defesa ocorreu após um ‘êxito’ de delator do esquema de Serra, o advogado Milton Matheus Paiva Matos, que conseguiu se livrar de todos os impedimentos impostos pela Justiça.
No pedido de Rossettini, a defesa alega que a tornozeleira — que utiliza há 1 ano e meio — o impede de conseguir empregos formais. “Diante da longa duração da medida, 560 (quinhentos e sessenta) dias, e da ausência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem sua manutenção, requer-se a revogação da monitoração eletrônica”, traz o documento.
Além disso, pede que o horário de recolhimento domiciliar seja estendido para 00h. Isso porque, conforme a peça, o horário de trabalho dele se encerra às 22h e o tempo mínimo de deslocamento do estabelecimento até sua residência pelo transporte coletivo é de 1h10.
Entretanto, a defesa não deixa claro se Rossettini necessita do ônibus para o retorno para a casa ou se apenas se utilizou como um parâmetro.
Elo entre esquemas de corrupção
Conforme já revelado pelo Jornal Midiamax, Rossettini é elo entre vários esquemas de corrupção. A trajetória do ex-servidor começa no governo de Reinaldo Azambuja, quando alcança o posto de chefe de licitações.
Então, a atuação de Marcus na coordenadoria ocorreu na mesma época em que Édio Antônio Resende de Castro estava como adjunto da SED (Secretaria de Estado de Educação), que, por sua vez, também foi alvo de duas operações (Vox Veritatis, da PF, e Turn Off, do Gaeco), as quais revelaram esquemas de fraudes em licitações na gestão Reinaldo.
Além disso, também foi condenado em ação por desvios de R$ 6,3 milhões no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).
Implicado nas operações, Marcus Vinícius é escalado por Claudinho Serra (PSDB) para fazer o mesmo trabalho em Sidrolândia, quando o político, que é genro da então prefeita Vanda Camilo, assume a secretaria de finanças. “Já é do time”, diz Serra, na época tratado como pupilo no PSDB.
Ele e outros 22 são réus por desvios milionários em Sidrolândia, apurado na Operação Tromper. Conforme apurado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Claudinho Serra seria o ‘chefe’ da corrupção.
Claudinho Serra comandou esquema de corrupção
Claudinho Serra é, também, ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e está implicado nas investigações da 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco.
Claudinho Serra e outros 22 viraram réus, em 19 de abril, após o juiz da Vara Criminal da comarca de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, aceitar a denúncia apresentada pelo MPMS.
Assim, investigações do Gecoc e delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva apontam supostas fraudes em diferentes setores da Prefeitura de Sidrolândia, como no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, abastecimento da frota de veículos e repasses para Serra feitos por empresários. Os valores variaram de 10% a 30% do valor do contrato, a depender do tipo de “mesada”.
JORNAL MIDIAMAX























