A Operação Sucessione, deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, expôs um esquema de jogo do bicho envolvendo figuras próximas ao deputado estadual Neno Razuk (PL). Com seis mandados de prisão sendo cumpridos contra membros da família do parlamentar e pessoas ligadas a ele, a operação não só coloca em xeque a relação de Neno Razuk com o mundo do crime organizado, mas também traz à tona o silêncio perplexante do presidente estadual do PL/MS, Reinaldo Azambuja, sobre o caso.
O ex-governador de Mato Grosso do Sul, Azambuja, que lidera o partido em nível estadual, optou por não se manifestar publicamente sobre os desdobramentos da operação. Este silêncio, embora estratégico para evitar controvérsias em tempos eleitorais, levanta questões sobre a postura do político diante de um escândalo que envolve diretamente uma das figuras mais influentes do PL no estado.
A operação tem como alvos os seguintes membros da família Razuk e seus associados:
-
Roberto Razuk
-
Rafael Razuk
-
Jorge Razuk
-
Advogado Rhiad Abdulahad
-
Sérgio Donizete Balthazar
-
Samuel (sobrenome não revelado)

Todos são acusados de envolvimento em atividades relacionadas ao jogo do bicho, uma prática ilegal que movimenta milhões de reais por ano, mantendo uma rede de corrupção e lavagem de dinheiro em diversas regiões do Brasil. A família Razuk tem sido uma presença constante na política estadual e nacional, com o deputado Neno Razuk sendo uma das figuras de maior destaque no PL/MS.
Azambuja: O Que Está em Jogo?
Reinaldo Azambuja, que já exerceu dois mandatos como governador de MS e é uma figura de grande influência no estado, tem uma base política consolidada, mas sua escolha pelo silêncio em relação à operação pode ter repercussões negativas. Como líder do PL em Mato Grosso do Sul, Azambuja deveria ser um dos primeiros a se pronunciar sobre a situação, especialmente considerando que a imagem do partido está diretamente atrelada ao comportamento e ações de seus filiados.
A ausência de uma posição clara por parte de Azambuja é vista por muitos como uma tentativa de se distanciar do escândalo, mas essa atitude, em vez de proteger o partido, pode gerar uma percepção de conivência ou omissão. Afinal, se o PL/MS pretende se colocar como um partido de integridade e compromisso com a moralidade pública, é fundamental que se posicione de maneira firme diante de ações que envolvem seus membros em atividades ilícitas.
A Responsabilidade Política e o Silêncio Inexplicável
É inegável que a relação entre política e criminalidade tem sido um tema delicado, especialmente quando parlamentares de grande porte estão envolvidos. No caso de Neno Razuk, as suspeitas de envolvimento com o jogo do bicho não são novidade para quem acompanha a política estadual de MS. No entanto, a operação Sucessione trouxe à tona uma rede de envolvidos, ampliando o alcance das investigações e chamando a atenção para figuras que antes estavam à margem das suspeitas.
Reinaldo Azambuja, ao manter-se em silêncio, parece não querer se comprometer com um posicionamento que possa afastá-lo de seus aliados políticos ou gerar desgaste com a base de apoio no estado. Mas a omissão pode ser vista como uma falha de liderança. A sociedade sul-mato-grossense espera um posicionamento claro de seus líderes diante de situações que envolvem a ética pública e a confiança do eleitorado.
Uma Situação Delicada para o PL/MS
O silêncio de Reinaldo Azambuja diante da Operação Sucessione e da exposição da família Razuk no esquema do jogo do bicho coloca o PL/MS em uma posição difícil. A falta de transparência e a ausência de um pronunciamento oficial podem prejudicar não apenas a imagem do ex-governador, mas também a credibilidade do partido no estado.
Em um cenário político já polarizado, onde os eleitores exigem cada vez mais clareza e postura firme de seus representantes, a falta de uma resposta concreta sobre o caso pode ser interpretada como uma tentativa de evitar responsabilização ou uma forma de proteger aliados. No entanto, a política exige coragem e compromisso com a verdade, especialmente quando a confiança pública está em jogo.
Reinaldo Azambuja precisa se posicionar urgentemente. O que está em jogo não é apenas o futuro de Neno Razuk, mas a integridade do próprio PL em Mato Grosso do Sul. A sociedade sul-mato-grossense espera que, em tempos de crise, seus líderes saibam tomar atitudes que defendam a moralidade e a transparência. E, por enquanto, o silêncio de Azambuja só reforça a sensação de que a política, em certos círculos, ainda é feita à base de favores e conchavos, em detrimento do interesse público.





















