Dizem que em Campo Grande já não se vive mais sob dois turnos eleitorais. Segundo o nobre vereador Beto Avelar – nosso incansável cavaleiro da fé administrativa – qualquer crítica à gestão da prefeita Adriane Lopes é, na verdade, uma manobra sombria do Temível Terceiro Turno.
Sim, senhoras e senhores, para Beto, a oposição não existe. O contraditório? Uma lenda urbana. Fiscalizar? É coisa de ressentido. Se você ousa perguntar por que o Portal da Transparência está mais fora do ar que rádio a pilha sem pilha, cuidado! Você pode ser acusado de conspirar contra o reino de Adriane I, rainha do gabinete e dos recapeamentos parciais.
Aliás, o vereador parece confundir a Câmara com uma filial do gabinete da prefeita. Se ela espirra, ele elogia o vigor pulmonar. Se ela tropeça, ele parabeniza a firmeza dos calçados. E quando alguém ousa questionar… pronto! Vira membro do “Clube do Terceiro Turno”, fundado exclusivamente na cabeça do próprio Beto.
É como se a democracia tivesse acabado em 2022 e, desde então, toda e qualquer discordância fosse uma tentativa de golpe imaginário. Talvez ele pense estar num reality show, onde críticas eliminam participantes e elogios garantem mais uma semana de imunidade no plenário.Mas convenhamos: se existe mesmo esse tal terceiro turno, Beto Avelar é o melhor cabo eleitoral que ele poderia ter