Tereza Cristina e Gerson Claro estão entre as lideranças do PP que circulam no raio de ação política da prefeita
O desempenho administrativo da prefeita Adriane Lopes é uma das pilastras centrais que sustentam projetos e as ambições políticas e eleitorais do quadro de lideranças graduadas do PP sulmatogrossense. A senadora Tereza Cristina e o deputado estadual Gerson Claro fazem parte deste ro, privilegiado da legenda: ela é nome nacional com cotação para disputar a presidência ou vice da República; ele preside a Assembleia Legislativa e tem seu nome entre as opções para a corrida ao Senado.
Mas a pilastra campo-grandense não está tão firme assim. A atuação pífia e cada vez mais desgovernada de Adriane Lopes ameaça os planos de quem depende de seu desempenho para alçar voos eleitorais em 2026. E há outros agravantes no entorno da prefeita, como a mal vista presença de seu marido, o deputado estadual Lídio Lopes, dando as cartas nas sombras do poder municipal, e a situação imprevisível criada pelo Ministério Público Eleitoral, que pediu a cassação de seu mandato, com a acusação de comprar votos na campanha pela reeleição.
Diante da elevada possibilidade de serem infectados, Tereza Cristina e Gerson estão apreensivos. A maiúscula reprovação popular a Adriane e ao seu governo, aferida em pesquisa, indica ser alto o poder de contágio de seu desgaste. Contribuem como este panorama, desolador para os aliados, as cenas cotidianas de uma cidade estragada nos diversos aspectos, desde a falta de investimentos e da crise nas finanças à precariedade dos serviços básicos de saúde, educação, transporte coletivo e manutenção urbana.
Além de o município perder a gestão plena da saúde e enfrentar uma crise sem precedentes na rede atendimento – inclusive sob emergência por 90 dias por causa da infestação de doenças respiratórias que já causaram seis óbitos -, Adriane Lopes perdeu o controle das finanças e não consegue cumprir suas promessas de campanha. Como se não bastasse, começam a surgir nuvens de fumaça em alguns contratos celebrados pela prefeitura, conforme denúncias já publicadas pela mídia.
O chamado “efeito Adriane” é um dos temas mais discutidos nos bastidores políticos. O processo de fusão partidária entre o PP e o União Brasil, colocando na liderança da composição estadual a senadora Tereza Cristina e a ex-deputada Rose Modesto, deixou evidente também que a prefeita saiu do primeiro plano e caiu na divisão de lideranças secundárias, por sua própria culpa.
Adriane já perdeu o encanto que havia despertado quando tornou-se a primeira prefeita eleita da Capital e logo em seguida, depois de entupir o município e os munícipes de promessas, fez questão de não dar prioridade a elas. Assim, deixou de cumpri-las e dia a dia vê sua gestão naufragando. Por isto, aliados e protetores como Tereza Cristina e Gerson Claro estão de sobreaviso e à procura de um antídoto que os imunize contra os desgastes contagiosos.
FONTE JORNAL DO ONIBUS MS