A mais recente pesquisa Real Time Big Data, divulgada nesta segunda-feira (1º) pela CNN, acendeu um alerta vermelho na campanha do ex-governador Reinaldo Azambuja (PL). Depois de liderar com folga a corrida ao Senado em Mato Grosso do Sul, o ex-tucano despencou nove pontos desde setembro e agora enfrenta um cenário de desgaste crescente, que põe em xeque a estratégia adotada após sua migração do PSDB para o PL.
No primeiro cenário testado, Reinaldo aparece com 33% das intenções de voto, seguido por Capitão Contar (PRTB) e Nelsinho Trad (PSD), ambos com 18%, e por Soraya Thronicke (Podemos) com 10%. Vander Loubet (PT) soma 6%. A pesquisa ouviu 1,2 mil eleitores entre 27 e 28 de novembro, com margem de erro de três pontos.
Queda brusca após mudança de partido
Os números expõem o que analistas já vinham apontando: a troca do PSDB pelo PL — partido que o lançou a defender publicamente Jair Bolsonaro — não rendeu dividendos eleitorais. Pelo contrário, segundo o levantamento, o ex-governador caiu de 42% para 33%, perdendo parte importante do eleitorado moderado que o acompanhava nas últimas eleições.
A derrocada coincide justamente com o reposicionamento político de Azambuja. A guinada para um discurso mais radicalizado e a tentativa de incorporar integralmente a narrativa bolsonarista parecem não ter convencido o eleitorado sul-mato-grossense, que fragmentou sua preferência entre outros nomes.
Enquanto isso, concorrentes diretos também sofreram perdas, mas em escala menor: Nelsinho caiu nove pontos, e Contar, oito.
Soraya cresce e absorve órfãos da saída de Rose
Outro movimento relevante foi o crescimento de Soraya Thronicke, que saltou de 4% para 10% após a retirada de Rose Modesto (União Brasil) do cenário testado em setembro. Foi a candidata que mais ganhou impulso com a mudança.
Já Vander Loubet segue estacionado em 6%, sem conseguir capturar o eleitor lulista — que permanece numeroso no Estado.
Segundo cenário também confirma queda
No segundo cenário da pesquisa, Reinaldo mantém a liderança com 31%, mas novamente longe do desempenho anterior. Contar aparece com 18%, Nelsinho com 16%, Simone Tebet com 12% e Soraya com 9%.
A comparação com setembro reforça a tendência negativa: o ex-governador oscilou de 34% para 31%, enquanto Simone sofreu o maior tombo, de 31% para 12%.
Desgaste crescente e incertezas na reta inicial da campanha
O recuo persistente de Reinaldo evidencia que o eleitorado não reagiu bem às suas últimas movimentações políticas. A tentativa de se reposicionar como figura central do bolsonarismo regional não apenas reduziu seu alcance entre moderados, como não garantiu domínio sobre o eleitor conservador — hoje distribuído entre Contar, Soraya e outros nomes.
Mesmo liderando, Azambuja chega ao fim do ano em situação mais vulnerável do que imaginava. Se a tendência de queda continuar, a própria primeira vaga, antes considerada garantida, pode começar a ser contestada.
A segunda vaga, por sua vez, segue completamente aberta, com Contar, Nelsinho e Simone em uma disputa embolada e imprevisível.
