Dinheiro Público

Aditivo de R$ 6,1 milhões à Lotufo Engenharia reacende críticas ao “Parque dos Bilionários” e à gestão Mauro Mendes

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O governo de Mato Grosso voltou a injetar milhões no Parque Novo Mato Grosso — já apelidado por críticos de “Parque dos Bilionários” — em meio a denúncias de falta de transparência, prioridades distorcidas e favorecimento a grandes construtoras. O 4º termo aditivo do contrato nº 060/2024, firmado pela MT Par com a Lotufo Engenharia e Construções Ltda., adiciona R$ 6.131.175,67 à obra de cobertura do chamado “Espaço Show”, representando um reajuste de 9,9% sobre o valor inicial.

A assinatura ocorreu em 28 de novembro de 2025, formalizada pelo presidente da estatal, Wener Klesley dos Santos, e por Francisco Lotufo Neto, representante da empresa. O novo aditivo eleva ainda mais a conta de um empreendimento que, desde sua concepção, vem sendo alvo de contestação por parte de movimentos sociais, urbanistas e parlamentares da oposição.

Obra bilionária em meio ao colapso social

As críticas se intensificam porque o aumento de gastos ocorre enquanto a população enfrenta problemas graves em áreas essenciais. Hospitais públicos sob pressão, escolas com infraestrutura deficitária e pedágios considerados abusivos compõem o cenário que contrasta com os investimentos volumosos no parque, classificado por opositores como “uma vitrine de luxo para poucos”.

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Para especialistas e entidades civis, o conjunto de obras no local se tornou símbolo do “apartheid social” denunciado contra a gestão Mauro Mendes: recursos públicos destinados a empreendimentos de caráter elitizado, enquanto serviços básicos agonizam.

Falta de transparência e escalada de custos

O Parque Novo Mato Grosso é alvo recorrente de questionamentos pela ausência de informações claras sobre mudanças de escopo, justificativas para reajustes e projeções de custo final. O 4º aditivo à Lotufo Engenharia reforça a percepção de um projeto conduzido sem o rigor esperado em contratações públicas desse porte.

Parlamentares da oposição afirmam que a MT Par atua como “caixa-preta”, dificultando acesso a contratos, cronogramas e auditorias independentes. Organizações de controle social pedem que o Tribunal de Contas aprofunde a análise das contratações e avalie possíveis irregularidades.

Últimos dias de governo e mais um aditivo

A assinatura do termo a poucos dias do encerramento do mandato de Mauro Mendes foi interpretada por críticos como mais um movimento em direção ao setor empresarial da construção civil, grupo que historicamente mantém forte influência sobre a política estadual.

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O governo, por sua vez, costuma argumentar que o Parque Novo Mato Grosso impulsiona turismo, geração de empregos e eventos de grande porte. No entanto, até o momento, tais benefícios não foram comprovados por dados públicos consistentes  outro ponto de preocupação entre analistas.

Ralo de dinheiro público ou obra estratégica?

Com o novo reajuste, o debate volta ao centro da política mato-grossense. De um lado, o governo insiste na importância do parque para o desenvolvimento econômico. Do outro, cresce a percepção de que o projeto se transformou em um ralo de dinheiro público, priorizado apesar da crise social e da urgência em áreas vitais.

Enquanto não há transparência plena nem auditoria conclusiva, a cada novo aditivo o questionamento se repete: quem realmente ganha com o “Parque dos Bilionários”?

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