Enquanto a saúde da população é judiada pelos serviços precários da rede pública e a gestão da cidade agoniza nas UTIs da incompetência e do abandono, a principal responsável por este estado de coisas ruins segue velejando seu barco de fantasias e sinecuras por mares calmos. Se de um lado a malha viária urbana causa acidentes, provoca ferimentos e até ób itos, além de danificar veículos, a prefeita Adriane Lopes (PP) faz a lição do autofavorecimento pessoal, familiar e politiqueiro.
Quase ao mesmo tempo em que decretava situação de emergência na saúde, a prefeita tinha seu salário engordado em 66,77%, passando dos R$ 21,2 mil para R$ 35,4 mil. Para os professores, o reajuste, que por sinal é obrigatório pela política do piso nacional, ficou em torno dos 6%, limitado pela barreira do Índice de Preços ao Consumidor. E na mesma toada, os servidores administrativos da Educação marcaram paralisação em protesto ao descaso com que são tratadas suas necessidades.
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Mas, infelizmente, não há mal tão grande que seja demais. E assim a prefeita decidiu fazer agrados e atender às necessidades de seus fiéis no credo e no voto, valendo-se de suas poderosas canetas e chaves do cofre para bancar tais despesas com o suado dinheiro do contribuinte. Se para categorias de servidores, demandas de saúde, transporte coletivo e outras responsabilidades ignoradas a situação das finanças municipais é crítica, para fazer média com os queridinhos do grupo está sobrando grana.
Não fosse por isso, ela não teria nomeado dezenas de pastores que votam nela e, logicamente, no esposo, o deputado estadual Lídio Lopes. E não teria aberto espaços no “cabidão” da prefeitura para gente que não precisa de emprego público, mas adora pen durar-se nele. Um dos casos é a nomeação de Guilherme Muller Candelório, irmão do vereador Wilton Celeste Candelório, o Leinha (Avante).